Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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etc.) o professor po<strong>de</strong> dirigir-lhe perguntas que estimul<strong>em</strong> a percepção da forma sintática e<br />
lexical a<strong>de</strong>quada para alcançar o efeito <strong>de</strong>sejado com o texto, <strong>de</strong>ntro da infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opções<br />
disponíveis na língua para realizar seu intento comunicativo.<br />
106<br />
Ainda na linha da motivação para a escrita, um segundo texto teórico critica o<br />
ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> produção textual na escola, ao afirmar que:<br />
“assim como não se fala por falar, também não se lê por ler, n<strong>em</strong> se escreve por escrever. Toda<br />
ação humana parte <strong>de</strong> um objetivo, aspecto que muitas vezes, é relegado a segundo plano no<br />
“faz <strong>de</strong> conta” da sala <strong>de</strong> aula, tornando enfadonha a aprendizag<strong>em</strong>”.<br />
Embora o aluno/professor tenha realizado apenas citações literais dos textos<br />
teóricos <strong>em</strong> seu relatório, esta passag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ixa subentendida a opção por um ensino da escrita<br />
vinculado a sua função social, como uma forma <strong>de</strong> significar o mundo real. Por isso o<br />
estagiário menciona o trecho que afirma a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a escrita não ser banalizada pela<br />
artificialida<strong>de</strong>, pelo “faz <strong>de</strong> conta”, o que também advogamos, <strong>em</strong>bora saibamos da<br />
dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionar condições naturais para a produção <strong>de</strong> textos <strong>em</strong> ambiente<br />
escolar.<br />
Em um segundo momento, o mesmo texto tece críticas à ausência da variação dos<br />
gêneros textuais trabalhados na escola, asseverando que:<br />
“Na medida <strong>em</strong> que o texto narrativo assumiu quase que todo o espaço nas aulas <strong>de</strong> língua<br />
portuguesa, outros tipos textuais foram relegados a segundo plano, ao ponto <strong>de</strong> até ter<strong>em</strong> sido<br />
banidos da sala <strong>de</strong> aula por ter<strong>em</strong> sido consi<strong>de</strong>rados ‘menores’.”<br />
A preocupação com o trabalho pedagógico voltado somente para o gênero<br />
narrativo nas primeiras séries é outro ponto louvável no aparato teórico do estagiário, uma vez<br />
que este é um dos gêneros e não o único com o qual a escola <strong>de</strong>ve se ocupar. Embora<br />
entendamos que a imaginação e fantasia da criança são muito férteis nessa fase (seis a <strong>de</strong>z<br />
anos), o que facilita a produção <strong>de</strong> textos narrativos ficcionais, o trabalho <strong>de</strong> escrita <strong>de</strong> textos<br />
exclusivamente narrativos po<strong>de</strong> contribuir para que a criança veja a função da escrita <strong>de</strong><br />
forma limitada. A inclusão do trabalho com variados gêneros textuais auxilia a criança na<br />
percepção da linha que separa a fantasia da realida<strong>de</strong>: <strong>de</strong>ssa forma, a escola po<strong>de</strong> ajudá-la a<br />
amadurecer naturalmente, equilibrando o mundo do “faz <strong>de</strong> conta”, do sonho, da fantasia,<br />
com o mundo real, carregado <strong>de</strong> contradições e <strong>de</strong>senganos. Em suma, faz<strong>em</strong>os coro com a