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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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Chomsky sustentava que o objetivo do estudo <strong>de</strong>scritivo dos enunciados era<br />

representar a competência lingüística (conjunto <strong>de</strong> normas internalizadas) dos falantes <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>terminada língua, competência essa capaz <strong>de</strong> gerar um número infinito <strong>de</strong> frases. Portanto,<br />

o objeto <strong>de</strong> estudo do lingüista não podia ser um número finito <strong>de</strong> enunciados, mas uma<br />

competência que permitisse ao falante não apenas gerar frases no nível do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho (uso<br />

da língua), mas também relacioná-las e <strong>em</strong>itir julgamentos sobre elas. Dessa forma, a<br />

Gramática Gerativa Transformacional fundamenta-se no pressuposto <strong>de</strong> que todo falante<br />

nativo possui uma competência inata, internalizada, que é colocada <strong>em</strong> exercício pelo<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho lingüístico, no convívio entre as comunida<strong>de</strong>s lingüísticas. Assim, são<br />

preenchidos os esqu<strong>em</strong>as cognitivos internos <strong>de</strong> cada falante.<br />

Esse autor estabeleceu dois tipos <strong>de</strong> gramáticas no interior do gerativismo. Uma<br />

<strong>de</strong>las é a Gramática Universal (GU) que está presente <strong>em</strong> todas as línguas e r<strong>em</strong>ete-se ao<br />

estado zero da mente e é comum a qualquer pessoa. As proprieda<strong>de</strong>s s<strong>em</strong>ântica, sintática e<br />

fonológica são integrantes da gramática universal; um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>ssas proprieda<strong>de</strong>s são os<br />

el<strong>em</strong>entos anafóricos: Paulo mora <strong>em</strong> Maringá. Ele veio para cá <strong>em</strong> 2008. Esses el<strong>em</strong>entos se<br />

relacionam entre si. A outra é a Gramática Particular (GP) que se utiliza da gramática<br />

universal e também das características próprias <strong>de</strong> cada língua. Os el<strong>em</strong>entos da língua faz<strong>em</strong><br />

parte da GU, já a forma e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> como esses el<strong>em</strong>entos são organizados na linguag<strong>em</strong><br />

faz<strong>em</strong> parte da GP.<br />

O probl<strong>em</strong>a maior que se observa na teoria gerativista é a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aplicabilida<strong>de</strong> na sala <strong>de</strong> aula, pois se trata <strong>de</strong> uma teoria s<strong>em</strong> fins práticos; mesmo os pontos<br />

que parec<strong>em</strong> passíveis <strong>de</strong> aplicação, são tão complexos, que acabam não dando conta das<br />

situações reais <strong>de</strong> uso da língua. A língua que os estruturalistas se propõ<strong>em</strong> a estudar não é a<br />

língua real, é i<strong>de</strong>alizada. Da mesma forma, Chomsky vê a competência e o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

lingüísticos como i<strong>de</strong>ais. Marcuschi (2000) assevera que:<br />

Nas teorias estruturalistas a língua era concebida como um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

regras, on<strong>de</strong> predominavam os estudos nos planos <strong>de</strong>scritivos e explicativos<br />

das formas, ligados à imanência e autonomia do sist<strong>em</strong>a, s<strong>em</strong> a preocupação<br />

dos atores e usuários da língua. Era o ensino <strong>de</strong> uma língua <strong>de</strong>scarnada e<br />

que parecia agir por si só. (p. 03)<br />

Entretanto, não há como negar que o Estruturalismo e o Gerativismo legaram<br />

valiosas contribuições ao ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> língua materna. A falta <strong>de</strong> consciência e o<br />

radicalismo <strong>em</strong> relação aos avanços nos estudos lingüísticos provavelmente sejam mais

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