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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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Partindo do pressuposto <strong>de</strong> que qualquer ativida<strong>de</strong> referente ao texto <strong>de</strong>ve levar <strong>em</strong><br />

consi<strong>de</strong>ração a ida<strong>de</strong> e a série da criança, eleg<strong>em</strong>os alguns aspectos do po<strong>em</strong>a que, se<br />

observados <strong>em</strong> uma aula <strong>de</strong> Português, po<strong>de</strong>riam colaborar para que ela interagisse melhor<br />

com o texto e construísse uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> significados pelas inferências buscadas fora do material<br />

lingüístico.<br />

Sugerimos que, primeiramente, o texto fosse lido silenciosamente pelo aluno,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>em</strong> voz alta por um aluno que aceitasse a tarefa, <strong>em</strong> seguida, pelo professor, se ele<br />

houvesse percebido probl<strong>em</strong>as na entonação da leitura executada pelo aluno, para mostrar a<br />

entonação indicada para o texto. Po<strong>de</strong>ria também chamar a atenção da criança para alguns<br />

aspectos da forma do texto, como a divisão <strong>em</strong> estrofes e versos, já buscando iniciar o estudo<br />

do texto com foco nos gêneros, visto que para Bakthin, (1997, p.293),<br />

o discurso se molda s<strong>em</strong>pre à forma do enunciado que pertence a um<br />

sujeito falante e não po<strong>de</strong> existir fora <strong>de</strong>ssa forma. Quaisquer que<br />

sejam o volume, o conteúdo, a composição, os enunciados s<strong>em</strong>pre<br />

possu<strong>em</strong> características estruturais que lhes são comuns, e, acima <strong>de</strong><br />

tudo, fronteiras claramente <strong>de</strong>limitadas.<br />

Pensamos que <strong>de</strong>limitar o gênero po<strong>em</strong>a pela forma seria indicado nesse momento,<br />

<strong>em</strong>bora cuidando obviamente para não utilizar uma linguag<strong>em</strong> muito técnica, para a qual a<br />

criança não está preparada. Contudo, o professorando <strong>de</strong>veria chamar-lhe a atenção para o<br />

reconhecimento do gênero, conduzindo-a na observação da forma do texto. O trabalho po<strong>de</strong>ria<br />

incluir também a observação das rimas repetidas <strong>em</strong> todas as estrofes no segundo e quarto<br />

versos, o que levaria a criança a perceber que o gênero poético pressupõe um trabalho<br />

meticuloso do poeta com a linguag<strong>em</strong>. Po<strong>de</strong>ria, por fim, solicitar da criança a escrita <strong>de</strong> um<br />

po<strong>em</strong>a envolvendo o nome <strong>de</strong> seus amigos, nos mol<strong>de</strong>s do que fez o poeta Cláudio Thebas.<br />

O texto da criança serviria como ponto <strong>de</strong> partida para o estudo dos significados,<br />

<strong>em</strong> uma ativida<strong>de</strong> basicamente epilingüística (Franchi, 1991 e Geraldi, 1997), capaz <strong>de</strong> seduzir<br />

o aluno a refletir sobre as formas mais a<strong>de</strong>quadas para o ato comunicativo e,<br />

conseqüent<strong>em</strong>ente, conduzi-lo à reescrita do material com orientação e supervisão do<br />

professorando. Por fim, se po<strong>de</strong>ria pensar no envio da produção escrita da criança aos amigos<br />

citados no texto, o que seria uma forma <strong>de</strong> publicação, aten<strong>de</strong>ndo à sugestão <strong>de</strong> Val (2003) na<br />

<strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> que:

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