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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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t<strong>em</strong>os a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> conhecer b<strong>em</strong> esse objeto, po<strong>de</strong>ndo tratá-lo, conseqüent<strong>em</strong>ente, com a<br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e a veracida<strong>de</strong> indispensáveis à pesquisa científica.<br />

Nossa tentativa <strong>de</strong> imprimir ao texto da seção um alto grau <strong>de</strong> informativida<strong>de</strong><br />

e um baixo grau <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> dar a ilusão <strong>de</strong> que o texto seja um bloco compacto,<br />

composto pelos dizeres do outro. Entretanto, comungando com as idéias <strong>de</strong> Pêcheux (1997),<br />

enten<strong>de</strong>mos que, mesmo <strong>em</strong> um texto cuja maior finalida<strong>de</strong> seja a informação objetiva, a<br />

interpretação das informações constitui-se, na verda<strong>de</strong>, <strong>em</strong> gestos interpretativos, tanto do<br />

escritor quanto do leitor. Assim, <strong>em</strong>bora pretendamos fornecer e ler informações para<br />

contextualizar um objeto <strong>de</strong> análise, por contingências <strong>de</strong> nossa história individual, realizamos<br />

gestos interpretativos das informações aparent<strong>em</strong>ente objetivas, e somos conduzidos a um<br />

viés idiossincrático no interior <strong>de</strong> um texto que se preten<strong>de</strong> impessoal. Entretanto, apoiados<br />

<strong>em</strong> Chauí (1981, p.21), enten<strong>de</strong>mos que:<br />

é próprio da consciência crítica, saber-se condicionada, <strong>de</strong>terminada<br />

objetivamente, materialmente, ao passo que a consciência ingênua é aquela<br />

que não se sabe condicionada, mas ao contrário acredita-se superior aos<br />

fatos, imaginando-se mesmo capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminá-lo e alterá-lo por si<br />

mesmo.<br />

Dessa forma, se por um lado t<strong>em</strong>os consciência <strong>de</strong> nosso condicionamento, por outro lado<br />

acreditamos que <strong>de</strong>slocamentos são possíveis, e, nossa ação como pesquisadora é uma tentativa <strong>de</strong><br />

visualizar novos horizontes no lócus <strong>de</strong> pesquisa <strong>em</strong> que nos aportamos.<br />

1.1. A Escola Normal na França<br />

Conforme informa Léon (1974), vários fatores contribuíram para o surgimento da<br />

Escola Normal (École Normale), como foi chamada <strong>em</strong> sua gênese, na França. A modalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ensino com vistas a formar professores alfabetizadores, que teve sua criação impulsionada<br />

pelas idéias liberais, no bojo da Revolução Francesa, vinha sendo anunciada já havia algum<br />

t<strong>em</strong>po, por discussões, muitas vezes contraditórias, <strong>de</strong> filósofos e administradores <strong>de</strong>sejosos<br />

<strong>de</strong> implantar uma educação <strong>de</strong> massa. Alguns t<strong>em</strong>iam que a instrução popular acabasse por<br />

fazer germinar no trabalhador braçal o espírito <strong>de</strong> <strong>de</strong>serção ou <strong>de</strong> promoção, o que seria uma<br />

ameaça ao Estado.<br />

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