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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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leitor que colaboraram para a confirmação ou <strong>de</strong>scarte das hipóteses formuladas <strong>de</strong> acordo<br />

com a intenção do leitor no ato da leitura.<br />

Para Coracini (1995), o probl<strong>em</strong>a da concepção <strong>de</strong> leitura como atribuição <strong>de</strong><br />

significado repousa no fato <strong>de</strong> nela ser ignorado o papel do texto no processo <strong>de</strong> leitura.<br />

Embora exista a preocupação <strong>em</strong> valorizar os conhecimentos socialmente adquiridos pelo<br />

indivíduo (conhecimentos prévios), há <strong>de</strong>sinteresse <strong>em</strong> reconhecer o objeto lingüístico como<br />

parte fundamental no processo da leitura. Dessa forma, o leitor é o núcleo central <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

part<strong>em</strong> os sentidos do texto.<br />

A concepção <strong>de</strong> leitura como atribuição <strong>de</strong> significados está ligada à psicologia<br />

cognitivista, que sustenta estudiosos da leitura como Goodman (1987) e Smith (1999),<br />

pesquisadores que conceb<strong>em</strong> o melhor leitor como aquele que melhor aciona esqu<strong>em</strong>as<br />

relacionados ao seu conhecimento prévio no momento da leitura. Isso resulta <strong>em</strong> um processo<br />

inverso ao “botton up”, o processo “top down”, um processo <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, que <strong>em</strong>erge do<br />

leitor para o texto. Nessa perspectiva, <strong>de</strong> acordo com Leffa (1996), a preocupação dos<br />

professores e pesquisadores se inverte, <strong>de</strong>ixando o eixo do texto para centrar-se no processo<br />

<strong>em</strong> que se dá a compreensão. Passa-se a se questionar agora quais são os esqu<strong>em</strong>as utilizados<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento da leitura e <strong>de</strong> que modo (estratégias) o leitor usa tais esqu<strong>em</strong>as para<br />

atribuir significado ao texto.<br />

Na literatura referente à prática <strong>de</strong> leitura como atribuição <strong>de</strong> significado,<br />

encontramos louvores e críticas; os louvores se refer<strong>em</strong> a um avanço nessa concepção <strong>de</strong><br />

leitura se comparada com a concepção <strong>de</strong> leitura extração <strong>de</strong> significados, pois não há como<br />

negar a importância dos conhecimentos prévios no ato <strong>de</strong> ler, que não eram consi<strong>de</strong>rados pela<br />

corrente teórica anterior; as críticas são voltadas, principalmente, à enorme chance <strong>de</strong> o leitor<br />

fazer adivinhações <strong>em</strong> relação ao texto lido.<br />

Em se tratando <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> leitura, <strong>em</strong>bora sejam ensinadas<br />

estratégias que facilit<strong>em</strong> estabelecer relações entre o que o aluno já sabe e o conteúdo<br />

abordado pelo texto, nessa concepção <strong>de</strong> leitura, os exercícios traz<strong>em</strong> perguntas que o aluno<br />

po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r através <strong>de</strong> atribuições e adivinhações, que, muitas vezes, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ram o<br />

conteúdo e material lingüístico. Nessa prática, o que prevalece é a opinião do leitor. Assim, “o<br />

leitor passa a ser visto como soberano absoluto na construção dos significados. Como o<br />

significado não é extraído mas atribuído, o leitor t<strong>em</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> atribuir o significado que lhe<br />

aprouver.” Leffa (ibi<strong>de</strong>m, p. 16).<br />

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