Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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adversas às políticas educacionais dos anos 80, <strong>em</strong> que se apostava no fortalecimento das<br />
instituições estatais e dos serviços públicos. Foi o momento das privatizações e da proposta <strong>de</strong><br />
extinção dos cursos técnicos <strong>em</strong> nível médio da re<strong>de</strong> pública. De acordo com Paraná, (2006,<br />
p. 31):<br />
Ingressamos nos “t<strong>em</strong>pos mo<strong>de</strong>rnos da cidadania do consumidor”, baseada<br />
somente nos princípios dos direitos civis, <strong>em</strong> que ser proprietário é a maior<br />
garantia <strong>de</strong> acesso aos bens materiais e simbólicos. A educação então, como<br />
b<strong>em</strong> material e simbólico, também entra neste rol <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como<br />
mercadoria e, obviamente não é mais ofertada como direito social, mas sim,<br />
como b<strong>em</strong> a ser comprado ou doado, com caráter filantrópico, para qu<strong>em</strong><br />
não pu<strong>de</strong>r pagar.<br />
Passamos então da obrigatorieda<strong>de</strong> da profissionalização <strong>em</strong> nível médio, dos anos<br />
80, à obrigatorieda<strong>de</strong> da extinção do segundo grau profissionalizante, nos anos 90. E o Paraná<br />
foi pioneiro no atendimento à Lei 9394/96, que tratava <strong>de</strong>ssa reforma. Os favoráveis a essa<br />
Reforma argumentavam que o mundo mo<strong>de</strong>rno exigia profissionais com preparação cada vez<br />
mais generalizante e flexível, ou seja, com saberes que contivess<strong>em</strong> plasticida<strong>de</strong> suficiente<br />
para permitir o trânsito por diferentes campos do conhecimento, <strong>em</strong> razão da volatilida<strong>de</strong> dos<br />
conteúdos científicos exigidos no mercado <strong>de</strong> trabalho da era mo<strong>de</strong>rna. Dessa forma, as<br />
escolas <strong>de</strong>veriam <strong>de</strong>senvolver no aluno as competências e as habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> que ele<br />
necessitaria <strong>em</strong> diferentes situações. O l<strong>em</strong>a passou a ser “apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r”<br />
individualmente, o que já não condizia mais com os cursos profissionalizantes no Ensino<br />
Médio, com seus conhecimentos específicos, voltados para <strong>de</strong>terminadas áreas do<br />
conhecimento.<br />
Dentro <strong>de</strong>ssa filosofia, <strong>em</strong> outubro <strong>de</strong> 1996, a SEED Paraná or<strong>de</strong>na o fechamento<br />
das matrículas <strong>de</strong> todos os cursos profissionalizantes, inclusive o <strong>de</strong> Magistério, e propõe (ou<br />
impõe) o PROEM – <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Melhoria e Expansão do Ensino Médio, que previa a<br />
estruturação do ensino profissionalizante como <strong>Pós</strong>-Médio, ou seja, seria criada uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
cursos para os egressos do Ensino Médio. Porém, o que ocorreu, na prática, foi o <strong>de</strong>smonte<br />
dos cursos profissionalizantes <strong>em</strong> nível médio e o total esquecimento da cogitada proposta <strong>de</strong><br />
criação <strong>de</strong> uma nova re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cursos profissionalizantes. Ao contrário, criou-se a<br />
PARANATEC – Agência para o Desenvolvimento do Ensino Técnico do Paraná – o que<br />
significou a materialização do processo <strong>de</strong> privatização da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino profissionalizante,<br />
possibilitando a expansão dos cursos profissionalizantes pagos <strong>em</strong> todo o estado e<br />
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