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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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<strong>em</strong> como o <strong>de</strong>sconhecimento ou <strong>de</strong>satenção para o nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> crescente das<br />

questões <strong>de</strong> leitura por parte da estagiária.<br />

V<strong>em</strong>os como negativo o fato <strong>de</strong> o professorando não ter avisado o leitor, antes <strong>de</strong><br />

iniciar a leitura, que o texto estava incompleto, porque, ao suposto final do texto, o leitor fica<br />

<strong>em</strong> dúvida se a história foi copiada na íntegra ou não, só <strong>de</strong>scobrindo pela questão número<br />

seis que a narrativa está in<strong>completa</strong> e que ele <strong>de</strong>verá dar-lhe um final. Acreditamos que, caso<br />

o aluno, antes <strong>de</strong> ler o texto, já soubesse que ele estava incompleto e que o leitor é que <strong>de</strong>veria<br />

completá-lo, certamente se sentiria ainda mais envolvido pela narrativa, o que facilitaria as<br />

inferências, as construções <strong>de</strong> sentido e as relações entre a materialida<strong>de</strong> lingüística e os<br />

achados na sua m<strong>em</strong>ória leitora.<br />

Contudo, se, por um lado, a estagiária preparou as ativida<strong>de</strong>s referentes à leitura<br />

<strong>em</strong> uma or<strong>de</strong>m que não respeita o processo cognitivo do leitor, por outro lado, essas<br />

ativida<strong>de</strong>s nos levam a acreditar que ela concebe a leitura como interação e como ponte para<br />

formação <strong>de</strong> sentidos que permit<strong>em</strong> ao leitor recriar o texto e preencher suas lacunas com seu<br />

próprio “eu”, como sujeito psico-histórico-sociocultural, uma vez que o sujeito leitor é<br />

convocado, por meio das ativida<strong>de</strong>s, a participar das <strong>em</strong>oções <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas pela história<br />

narrada.<br />

Admitimos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que, além do texto, as ativida<strong>de</strong>s também tenham<br />

sido copiadas <strong>de</strong> um livro didático; contudo, mesmo nesse caso, a estagiária <strong>de</strong>monstrou<br />

criticida<strong>de</strong> ao selecionar um texto que possibilita o “diálogo” com o aluno leitor, pois a<br />

narrativa conta a história <strong>de</strong> um personag<strong>em</strong> facilmente i<strong>de</strong>ntificável com crianças <strong>de</strong> quarta<br />

série, com mais ou menos <strong>de</strong>z anos (o personag<strong>em</strong> tinha sete, oito anos), sendo possível a<br />

construção <strong>de</strong> sentido na leitura do texto. Conforme afirma Goul<strong>em</strong>ot (1996. p: 115)<br />

O livro ganha seu sentido daquilo que foi lido antes <strong>de</strong>le, segundo um<br />

movimento redutor ao conhecido, à anteriorida<strong>de</strong>. O sentido nasce, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong><br />

parte, tanto <strong>de</strong>sse exterior cultural, quanto do próprio texto e é bastante certo<br />

que seja <strong>de</strong> sentidos já adquiridos que nasça o sentido a ser adquirido.<br />

Ainda que, nas questões propostas, os autores dos relatórios que trabalharam com<br />

os dois últimos materiais <strong>de</strong> leitura analisados apresent<strong>em</strong> um número muito reduzido <strong>de</strong><br />

questões, b<strong>em</strong> como falta <strong>de</strong> critério <strong>em</strong> sua or<strong>de</strong>nação, os textos selecionados para leitura nas<br />

aulas <strong>de</strong> estágio parec<strong>em</strong> indicar que esses professorandos internalizaram a concepção <strong>de</strong><br />

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