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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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necessário para realizar a interação que leva ao aprofundamento <strong>de</strong>sejado, <strong>de</strong>vido à distância<br />

entre o contexto social do aluno e o do autor, o que dificulta a interação entre leitor e texto ou<br />

leitor e autor. Neste último caso, consi<strong>de</strong>rando que as condições históricas dos indivíduos não<br />

mudam <strong>em</strong> cinqüenta minutos <strong>de</strong> aula, somente com seu amadurecimento, o aluno po<strong>de</strong>rá<br />

interagir melhor com o texto.<br />

Não tratamos aqui das diversas teorias que <strong>em</strong>basam o ensino <strong>de</strong> leitura, uma vez<br />

que optamos por analisar o corpus tomando como base o interacionismo; entretanto,<br />

consi<strong>de</strong>ramos que o conhecimento <strong>de</strong> tais teorias é condição para a opção consciente por uma<br />

que dê conta <strong>de</strong> formar leitores competentes, o que se faz indispensável, principalmente<br />

quando tratamos <strong>de</strong> futuros professores, responsáveis por iniciar a criança no mundo<br />

(inclusive) da leitura.<br />

O alto índice <strong>de</strong> rejeição dos jovens e crianças à leitura, <strong>de</strong>nunciado pela mídia e<br />

conhecido pela socieda<strong>de</strong> <strong>em</strong> geral, po<strong>de</strong> ter uma <strong>de</strong> suas origens no professor que, por não<br />

possuir base teórica sobre o assunto, torna o ato <strong>de</strong> ler uma ativida<strong>de</strong> mecânica, <strong>de</strong>svinculada<br />

do mundo exterior à escola, quando <strong>de</strong>veria ser exatamente o contrário. Não po<strong>de</strong>mos<br />

esquecer que se apren<strong>de</strong> e se ensina a ler na escola para que o sujeito possa “ler o mundo”<br />

conforme postula Paulo Freire (1982), que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> para o leitor uma posição <strong>de</strong> sujeito no<br />

processo da leitura e não <strong>de</strong> mero receptor das idéias vinculadas pelo texto. Além do mais,<br />

segundo menção <strong>de</strong> Dell’Isola<br />

O ser humano é sujeito praticante <strong>de</strong> leitura, uma vez que <strong>de</strong>cifra,<br />

compreen<strong>de</strong>, interpreta, avalia o signo. Sendo sujeito leitor,<br />

simultaneamente lê palavras, formas, cores, sons, volumes, texturas, gestos,<br />

movimentos, aromas, atitu<strong>de</strong>s, fatos. Este sujeito interage com diversas<br />

formas <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong>, através da sua leitura <strong>de</strong> mundo. (1996, p.70)<br />

Dessa forma, a leitura, faz parte do universo humano e é uma prática que<br />

ultrapassa os muros da escola. O hom<strong>em</strong>, antes <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a ler palavras, já havia aprendido<br />

a ler indícios e sinais pré-históricos, muitas vezes como forma <strong>de</strong> sobrevivência, visto que<br />

“apesar <strong>de</strong> partir da <strong>de</strong>cifração <strong>de</strong> textos verbais e não verbais, a leitura não se restringe a isso,<br />

que é apenas um primeiro momento <strong>de</strong> um longo caminho a ser percorrido pelo sujeito/leitor”<br />

(ibi<strong>de</strong>m, p.71).<br />

Kleiman (1993), <strong>em</strong> pesquisa realizada junto a professores, afirma que, nas<br />

escolas, não raro a leitura <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser vista como interação, e, quando isso ocorre, os<br />

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