Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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classes populares ao curso; ao contrário, uma educação para todos é o mais <strong>de</strong>sejável, sob<br />
nosso enfoque. O que gostaríamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar claro é que razões políticas, ao longo da história,<br />
colaboraram para configurar o curso com a qualida<strong>de</strong> e características que ele t<strong>em</strong> hoje. Além<br />
disso, é natural que a expansão do sist<strong>em</strong>a educacional traga para o interior das escolas uma<br />
camada da população que antes não tinha acesso a ela, o que é s<strong>em</strong> dúvida é um ganho para a<br />
socieda<strong>de</strong>. Acreditamos que os probl<strong>em</strong>as da chegada da massa popular ao ensino ocorreram<br />
e continuam ocorrendo por <strong>de</strong>spreparo do sist<strong>em</strong>a e não pela orig<strong>em</strong> dos estudantes.<br />
Nos vários documentos oficiais, <strong>de</strong>ntre eles anais <strong>de</strong> s<strong>em</strong>inário, 5 que discut<strong>em</strong> o<br />
curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores <strong>em</strong> nível médio nos anos 70, encontramos violentas críticas<br />
ao <strong>de</strong>nominado excesso <strong>de</strong> tecnicismo e <strong>de</strong> superficialida<strong>de</strong> na formação <strong>de</strong> professores, com<br />
disciplinas e metodologia <strong>de</strong> ensino calcadas <strong>em</strong> uma visão extr<strong>em</strong>amente positivista da<br />
socieda<strong>de</strong> e, conseqüent<strong>em</strong>ente, da escola. Contudo, Pimenta (1997) afirma que este período<br />
po<strong>de</strong> ser visto <strong>de</strong> forma positiva no sentido <strong>de</strong> ter sido estendido o curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />
professores das séries iniciais na re<strong>de</strong> pública, o que possibilitou a passag<strong>em</strong> do ensino<br />
realizado por leigos para o ensino assumido por profissionais qualificados para o exercício,<br />
mesmo que essa qualificação não tenha sido a i<strong>de</strong>al, n<strong>em</strong> tampouco tenha atingido a todos<br />
aqueles que atuavam como professores alfabetizadores no Brasil.<br />
Nos anos 80, processou-se <strong>em</strong> todo o país uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong><br />
reformas educacionais que procuraram romper com a estrutura e a cultura diss<strong>em</strong>inada<br />
durante os vinte anos <strong>de</strong> Ditadura Militar. Surge um clima <strong>de</strong> esperanças <strong>de</strong> t<strong>em</strong>pos mais<br />
<strong>de</strong>mocráticos que pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> levar à igualda<strong>de</strong> social.<br />
Nesse período, todos os cursos, incluindo o <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> docentes <strong>em</strong> nível<br />
médio no Paraná, passaram por reformulações amplamente discutidas entre SEED, Núcleos<br />
Regionais <strong>de</strong> Ensino e professores, <strong>em</strong> encontros e s<strong>em</strong>inários, pois se acreditava que só a<br />
participação direta <strong>de</strong> todos os envolvidos na educação possibilitaria seu engajamento no<br />
processo <strong>de</strong> mudança. Previa-se, nesse momento, a valorização dos cursos técnicos <strong>em</strong> nível<br />
médio no país, visto que os cursos superiores estavam longe <strong>de</strong> absorver toda a <strong>de</strong>manda dos<br />
egressos <strong>de</strong>sse nível <strong>de</strong> ensino. Assim, a profissionalização <strong>em</strong> nível médio, ainda que não<br />
fosse a i<strong>de</strong>al, apresentava-se como a mais viável, naquele momento.<br />
Entretanto, <strong>em</strong> 1995, mal as novas orientações entravam <strong>em</strong> vigor, o Ministério da<br />
educação e cultura (MEC) apresentou orientações, ainda mais recentes e <strong>completa</strong>mente<br />
5 PARANÁ FUNDEPAR. Magistério para as séries iniciais <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> 1º grau: anais. Anais <strong>de</strong> s<strong>em</strong>inário.<br />
(Org.) WACHOWICZ, Lílian Anna. Curitiba: SEED-PR, 1993.<br />
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