ensaio sobre os costumes - Programa de Pós-graduação em ...
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5. CONCLUSÃO<br />
Nesse trabalho, analisam<strong>os</strong> o percurso <strong>de</strong> Voltaire como historiador e<br />
filósofo do século XVIII. Procuram<strong>os</strong> <strong>de</strong>monstrar que, para ele, a história é um d<strong>os</strong><br />
fundament<strong>os</strong> do processo educativo.<br />
Por enten<strong>de</strong>r que a educação d<strong>os</strong> homens é transmitida <strong>de</strong> geração a<br />
geração, consi<strong>de</strong>ra imprescindível retomar a história, <strong>de</strong> forma a garantir que o<br />
processo educativo não caia <strong>em</strong> mera repetição <strong>de</strong> crenças e verda<strong>de</strong>s<br />
estabelecidas. Segundo ele, o conhecimento da história é vital para questionar<br />
essas verda<strong>de</strong>s.<br />
Em função da crise da socieda<strong>de</strong> francesa, <strong>sobre</strong>tudo n<strong>os</strong> últim<strong>os</strong> an<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />
sua vida, a preocupação com a tolerância ganhou <strong>de</strong>staque <strong>em</strong> suas reflexões<br />
históricas e fil<strong>os</strong>óficas, especialmente porque ele a consi<strong>de</strong>rava necessária ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da socieda<strong>de</strong>.<br />
Apesar <strong>de</strong> Voltaire ser um <strong>de</strong>fensor ardor<strong>os</strong>o da tolerância, ele percebeu<br />
que exist<strong>em</strong> moment<strong>os</strong> <strong>em</strong> que ela não garante o avanço da socieda<strong>de</strong>. No<br />
entanto, reconhece que foi muito mais <strong>em</strong> moment<strong>os</strong> <strong>de</strong> tolerância que as<br />
socieda<strong>de</strong>s pr<strong>os</strong>peraram. Segundo ele, n<strong>os</strong> moment<strong>os</strong> <strong>de</strong> intolerância prevalece<br />
com mais freqüência o fanatismo, inimigo mortal da razão.<br />
O fanatismo t<strong>em</strong> presença marcante na socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus dias e isso<br />
acontece porque, segundo Voltaire (2006c, p. 173), “[...] <strong>os</strong> homens [...] são uma<br />
espécie <strong>de</strong> macac<strong>os</strong> que se po<strong>de</strong> a<strong>de</strong>strar para a razão ou para a loucura. Por<br />
muito t<strong>em</strong>po, optou-se por esta última alternativa; o resultado foi ruim”. Ou seja, a<br />
história <strong>de</strong>monstra que a violência, a intolerância e o fanatismo também são<br />
construções históricas, opções da própria socieda<strong>de</strong>.<br />
A própria vida <strong>de</strong> Voltaire, como <strong>de</strong>stacam<strong>os</strong> no primeiro capítulo, sua<br />
trajetória <strong>de</strong> autor e pensador, <strong>de</strong>senvolveu-se <strong>em</strong> meio às contradições da<br />
socieda<strong>de</strong> francesa <strong>de</strong> sua época. Em razão <strong>de</strong>ssas contradições, mas muito<br />
mais por sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir e discuti-las, ele se tornou um autor<br />
referencial para a socieda<strong>de</strong> francesa do século XVIII, b<strong>em</strong> como para o<br />
entendimento <strong>de</strong> outras socieda<strong>de</strong>s. Tornou-se um autor clássico, como<br />
<strong>de</strong>nomina Calvino (1993).