ensaio sobre os costumes - Programa de Pós-graduação em ...
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LEAL, Djaci Pereira. VOLTAIRE: ENSAIO SOBRE OS COSTUMES - A<br />
HISTÓRIA COMO ELEMENTO EDUCATIVO PARA A TOLERÂNCIA. (132 fls.).<br />
Dissertação (Mestrado <strong>em</strong> Educação) – Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá.<br />
Orientadora: (Dra. Terezinha Oliveira). Maringá, 2008.<br />
RESUMO<br />
Neste trabalho, abordam<strong>os</strong> a função que Voltaire (1694-1778) atribui ao<br />
conhecimento da história <strong>em</strong> sua obra. O objetivo é analisar como ele a apresenta<br />
e como a transforma <strong>em</strong> instrumento <strong>de</strong> educação. Segundo ele, o conhecimento<br />
da história é um d<strong>os</strong> fundament<strong>os</strong> constitutiv<strong>os</strong> do processo educativo; é um<br />
el<strong>em</strong>ento imprescindível para que <strong>os</strong> homens adquiram a percepção d<strong>os</strong> valores<br />
e virtu<strong>de</strong>s que p<strong>os</strong>sibilitariam à socieda<strong>de</strong> alcançar moment<strong>os</strong> <strong>de</strong> pr<strong>os</strong>perida<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong> “luzes”. Ao <strong>de</strong>stacar <strong>os</strong> traç<strong>os</strong> essenciais da educação, Voltaire <strong>de</strong>monstra a<br />
relação d<strong>os</strong> mesm<strong>os</strong> com a situação da França no século XVIII, mas também n<strong>os</strong><br />
induz a <strong>de</strong>stacar a importância do estudo e do conhecimento da história para <strong>os</strong><br />
n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> dias, haja vista as dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas pela socieda<strong>de</strong> brasileira no<br />
campo da educação. Abordam<strong>os</strong> Voltaire como um autor que se fez ao longo <strong>de</strong><br />
sua vida e m<strong>os</strong>tram<strong>os</strong> algumas mudanças <strong>de</strong> enfoque e algumas alterações <strong>em</strong><br />
seu p<strong>os</strong>icionamento político, <strong>sobre</strong>tudo no que diz respeito à história francesa e à<br />
tolerância. Na medida <strong>em</strong> que consi<strong>de</strong>rava que o fanatismo e a intolerância<br />
assumiam um caráter <strong>de</strong> naturalida<strong>de</strong> e prejudicavam a socieda<strong>de</strong> francesa,<br />
propunha que a educação incidisse <strong>sobre</strong> esses dois foc<strong>os</strong>. Para ele,<br />
<strong>de</strong>snaturalizar as relações hom<strong>em</strong>-socieda<strong>de</strong> e hom<strong>em</strong>-natureza e educar <strong>os</strong><br />
homens para a tolerância eram condição para que socieda<strong>de</strong> retomasse <strong>de</strong> fato<br />
<strong>os</strong> caminh<strong>os</strong> da razão e das Luzes. No primeiro capítulo, <strong>de</strong>monstram<strong>os</strong> que<br />
Voltaire, hoje um autor consagrado, construiu sua vida e obra <strong>em</strong> um contexto<br />
histórico peculiar. Sua sensibilida<strong>de</strong> e sua capacida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>bater e apresentar<br />
à socieda<strong>de</strong> francesa <strong>os</strong> caminh<strong>os</strong> e as p<strong>os</strong>sibilida<strong>de</strong>s para que ela pr<strong>os</strong>perasse<br />
enquanto socieda<strong>de</strong> tornaram-no um autor clássico para o entendimento do<br />
próprio século XVIII. No segundo capítulo, abordam<strong>os</strong> sua discussão <strong>sobre</strong> a<br />
relação entre Estado e Igreja no século XVIII, questão que não é peculiar ao<br />
século XVIII, mas t<strong>em</strong> suas raízes e primeir<strong>os</strong> <strong>em</strong>bates no século XIV, conforme<br />
observam<strong>os</strong> <strong>em</strong> alguns autores daquele período. Sua compreensão do que<br />
ocorreu anteriormente lhe permitiu organizar seu <strong>de</strong>bate <strong>em</strong> relação às duas<br />
instituições, Estado e Igreja, as quais, apesar d<strong>os</strong> divers<strong>os</strong> arranj<strong>os</strong> sofrid<strong>os</strong> n<strong>os</strong><br />
últim<strong>os</strong> três sécul<strong>os</strong>, ainda mantinham uma relação conflitiva com a socieda<strong>de</strong>.<br />
No terceiro capítulo, discutim<strong>os</strong> a educação na obra <strong>de</strong> Voltaire, m<strong>os</strong>trando como<br />
as relações entre as instituições po<strong>de</strong>m apontar para o <strong>de</strong>senvolvimento ou para<br />
a “barbárie”. Destacam<strong>os</strong> que, para Voltaire, a educação t<strong>em</strong> como lócus a<br />
história. Com ela, é p<strong>os</strong>sível apren<strong>de</strong>r a praticar a tolerância, uma vez que só esta<br />
po<strong>de</strong> garantir o <strong>de</strong>senvolvimento e a pr<strong>os</strong>perida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong>.<br />
Palavras-chave: Educação, Voltaire, Tolerância, Ida<strong>de</strong> Média, Iluminismo.