ensaio sobre os costumes - Programa de Pós-graduação em ...
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uscou maior in<strong>de</strong>pendência, adquirindo, <strong>em</strong> 1758, o castelo <strong>de</strong> Ferney, on<strong>de</strong><br />
passou a morar.<br />
Em 1756, publicou o Ensaio <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> c<strong>os</strong>tumes e o espírito das nações. 59<br />
D<strong>os</strong> an<strong>os</strong> que antece<strong>de</strong>ram a publicação do Ensaio, constam algumas obras,<br />
cujas t<strong>em</strong>áticas foram retomadas <strong>em</strong> obras p<strong>os</strong>teriores. Por ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong><br />
M<strong>em</strong>non já aparece a t<strong>em</strong>ática que, mais tar<strong>de</strong>, foi <strong>de</strong>senvolvida no Cândido, <strong>em</strong><br />
1759. Em M<strong>em</strong>non, que aparenta ter sido escrita para o rei Estanislau, <strong>em</strong> 1749,<br />
Voltaire criticava o otimismo do filósofo inglês Pope (1688-1744). Mais tar<strong>de</strong>, <strong>em</strong><br />
Cândido, Voltaire critica o otimismo <strong>de</strong> Leibniz (1646-1716). 60 Ao publicar<br />
Cândido, Voltaire já gozava da in<strong>de</strong>pendência pela qual se <strong>de</strong>cidira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1753,<br />
quando teve seu panfleto queimado por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Fre<strong>de</strong>rico II, então seu protetor.<br />
Outro acontecimento a <strong>de</strong>stacar, <strong>em</strong> razão <strong>de</strong> sua influência na socieda<strong>de</strong><br />
francesa, é a Guerra d<strong>os</strong> Sete An<strong>os</strong>, 1756-1763. Esse conflito, <strong>em</strong>bora tenha a<br />
França como um d<strong>os</strong> protagonistas, envolveu várias nações da Europa Oci<strong>de</strong>ntal,<br />
adquirindo uma dimensão continental. Sua repercussão na França foi muito forte,<br />
acentuando ainda mais sua crise econômica e social.<br />
Além d<strong>os</strong> conflit<strong>os</strong> ocorrid<strong>os</strong> na Europa, outr<strong>os</strong> da América, África e Ásia<br />
também foram envolvid<strong>os</strong>, <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> suas relações com países<br />
europeus. Por ex<strong>em</strong>plo, a França p<strong>os</strong>suía colônias na América, na África e na<br />
Ásia. As relações comerciais existentes na época serviram também <strong>de</strong> referência<br />
para as reflexões <strong>de</strong> Voltaire, que estava atento à cultura d<strong>os</strong> pov<strong>os</strong> que faziam<br />
parte do domínio colonial francês.<br />
Isso fez com que f<strong>os</strong>se p<strong>os</strong>sível pensar na Europa com base no que<br />
ocorria na América, África e Ásia. Para Voltaire, <strong>os</strong> europeus po<strong>de</strong>riam apren<strong>de</strong>r<br />
não apenas com sua própria história, mas também com a história <strong>de</strong> outr<strong>os</strong><br />
pov<strong>os</strong>. Assim, a América e a Ásia se tornaram cenári<strong>os</strong> para várias <strong>de</strong> suas<br />
obras, cujo foco era a situação da França e <strong>de</strong> suas instituições. É o caso <strong>de</strong> duas<br />
<strong>de</strong> suas obras literárias Cândido e Zadig. 61<br />
59 Essa obra p<strong>os</strong>sui uma parte traduzida nas Seleções – Clássic<strong>os</strong> Jackson (VOLTAIRE, 1958).<br />
Sua introdução, que também fora publicada por Voltaire como obra autônoma com o título A<br />
Fil<strong>os</strong>ofia da História, foi recent<strong>em</strong>ente traduzida com o mesmo título pela Martins Fontes<br />
(VOLTAIRE, 2007). O restante da obra está disponível apenas <strong>em</strong> francês e po<strong>de</strong> ser encontrada<br />
juntamente com as <strong>de</strong>mais obras <strong>de</strong> Voltaire no site: , acesso <strong>em</strong> 09/07/07.<br />
60 É o que n<strong>os</strong> apresenta Sergio Milliet, no texto <strong>de</strong> apresentação ao M<strong>em</strong>non ou A Sabedoria<br />
Humana (VOLTAIRE, 1995c, p. 99-100).<br />
61 VOLTAIRE, 1995b.