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ensaio sobre os costumes - Programa de Pós-graduação em ...

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mas o pensar que orienta n<strong>os</strong>so agir é o que n<strong>os</strong> torna tão diferentes. Com isso,<br />

ele <strong>de</strong>staca a necessida<strong>de</strong> da educação, pois, para que n<strong>os</strong>sas ações p<strong>os</strong>sam ser<br />

orientadas pelo pensar, <strong>os</strong> homens precisam apren<strong>de</strong>r a fazê-lo e o faz<strong>em</strong><br />

mediante a transmissão que se dá <strong>de</strong> geração a geração. Pressupõe assim a<br />

educação para orientar as ações humanas.<br />

Na Enciclopédia, três verbetes tratam da liberda<strong>de</strong>: a liberda<strong>de</strong> natural, a<br />

civil e a política.<br />

A liberda<strong>de</strong> natural é o direito que a natureza dá a tod<strong>os</strong> <strong>os</strong><br />

homens <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> suas pessoas e <strong>de</strong> seus bens da maneira<br />

que julgar<strong>em</strong> mais conveniente para a sua felicida<strong>de</strong>, sob a<br />

restrição que o façam <strong>de</strong>ntro d<strong>os</strong> limites da lei natural e que não<br />

abus<strong>em</strong> <strong>de</strong>la <strong>em</strong> prejuízo d<strong>os</strong> outr<strong>os</strong> homens. [...] Este estado [o<br />

da liberda<strong>de</strong> natural] não po<strong>de</strong> ser trocado por um outro n<strong>em</strong> ser<br />

vendido n<strong>em</strong> per<strong>de</strong>r-se, pois naturalmente tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> homens<br />

nasc<strong>em</strong> livres, ou seja, não estão submetid<strong>os</strong> ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

nenhum outro senhor, e ninguém t<strong>em</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>sobre</strong> eles<br />

(DIDEROT & D´ALEMBERT, 2006, p. 203).<br />

A materialização da liberda<strong>de</strong> como um direito natural ocorre na relação do<br />

indivíduo com o grupo social do qual faz parte. A isso se <strong>de</strong>nomina liberda<strong>de</strong> civil<br />

e política.<br />

É a liberda<strong>de</strong> natural <strong>de</strong>spojada <strong>de</strong>sta parte que constituía a<br />

in<strong>de</strong>pendência d<strong>os</strong> particulares e a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bens, <strong>em</strong><br />

troca <strong>de</strong> uma vida sob leis que proporcion<strong>em</strong> a segurança e a<br />

proprieda<strong>de</strong>. [...] É verda<strong>de</strong> que esta liberda<strong>de</strong> só se encontra<br />

n<strong>os</strong> govern<strong>os</strong> cuja constituição é tal que ninguém é constrangido<br />

a fazer as coisas que a lei não obriga e a não fazer o que ela<br />

permite (DIDEROT & D´ALEMBERT, 2006, p. 205-206).<br />

Assim, para o filósofo, a liberda<strong>de</strong> está diretamente relacionada à vida<br />

social, ao Estado. Ao apresentar a liberda<strong>de</strong> civil e política, ele procura<br />

<strong>de</strong>monstrar que a vida d<strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong> transcorre na esfera do público; assim, a<br />

função do governo é vital para que a liberda<strong>de</strong>, entendida como um direito natural,<br />

p<strong>os</strong>sa ser garantida. A liberda<strong>de</strong> do indivíduo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da garantia da<br />

segurança e da proprieda<strong>de</strong> por parte do Estado.<br />

Retomam<strong>os</strong> aqui a idéia <strong>de</strong> que o Iluminismo fil<strong>os</strong>ófico, como movimento<br />

intelectual, não foi homogêneo <strong>em</strong> suas discussões e enfrentament<strong>os</strong> <strong>em</strong> relação<br />

ao absolutismo francês e às instituições que lhe davam sustentação. Retomam<strong>os</strong><br />

também a idéia <strong>de</strong> que Voltaire é importante para a compreensão do cenário

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