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Livro das Actas - advid

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<strong>Livro</strong> <strong>Actas</strong><br />

3.2-Comunidade Microbiana da Uva<br />

As amostras de uvas apresentaram uma elevada diversidade microbiana, derivada da<br />

vinha nomeadamente, da filosfera e do meio ambiente (PRETORIUS et al., 1999; RENOUF<br />

et al., 2007; MILLS et al., 2008; MARTINS, 2012; PINTO et al., Submetido).<br />

A população eucariota <strong>das</strong> uvas é caraterizada por fungos ubíquos como Aureobasidium,<br />

Rhodotorula, Hanseniaspora, Metschnikowia, Saccharomyces, Candida, Ramularia,<br />

Lewia, Filobasidiella, Leptosphaerulina e Schizosaccharomyces, assim como famílias<br />

bacterianas: Halomonadaceae, Enterobacteriaceae, Pseudomonadaceae, Microbacteriaceae,<br />

Oxalobacteriaceae, Comamonadaceae, Shingomonadaceae, Nocardioidaceae,<br />

Xanthomonadaceae e Methylobacteriaceae.<br />

Como esperado, a população de Saccharomyces estava presente em baixas quantidades,<br />

uma vez que esta população apresenta níveis bastante reduzidos ou até mesmo ausentes<br />

nas uvas e nas folhas da videira (PRETORIUS ET AL., 1999; WESTHUIZEN et al., 2000; JOLLY<br />

et al., 2003; PINTO et al., Submetido). Adicionalmente, fungos filamentosos foram identificados<br />

nas uvas, tal como Alternaria, Aspergillus, Botrytis, Cladosporium, Penicillium<br />

ou Rhizopus, que são indesejáveis uma vez que afetam a qualidade do vinho. Aspergillus<br />

niger, Penicillium glabrum e P. brevicompactum foram identificados em to<strong>das</strong> as regiões<br />

e a sua presença no vinho deve ser evitada uma vez que estes são produtores de Ocratoxina<br />

A (TOIT ePRETORIUS, 2000).<br />

Curiosamente, amostras com uma maior abundância de fitopatógenos (Botryosphaeria<br />

dothidea e Erysiphe necator) também apresentaram uma maior prevalência de microrganismos<br />

fitoprotetores (A. pullulans e Rhodotorula), verificando-se desta forma uma<br />

correlação direta entre dois grupos fúngicos. Foram ainda deteta<strong>das</strong> nas uvas bactérias<br />

ácido-lácticas (LAB) e bactérias ácido-acéticas (AAB), embora em baixas quantidades,<br />

indicando assim que as próprias uvas são fontes de contaminação dos mostos.<br />

3.3-Microbioma <strong>das</strong> fermentações espontâneas de diferentes regiões vitivinícolas<br />

De forma a perceber a variação espacial <strong>das</strong> populações, o microbioma dos mostos e<br />

dos estados de fermentação foram correlacionados com as diferentes regiões de Denominação<br />

de Origem Controlada (Figura 2). De acordo com cada região, o Aureobasidium<br />

foi o fungo dominante nas uvas com exceção do Alentejo, onde se verificou uma predo-

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