amália rodrigues - Universidade Aberta

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!
- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -
alteridade, temática tão trabalhada por Fernando Pessoa/Álvaro de
Campos:
“ Por trás do espelho quem está/De olhos fixados nos meus/(...) Quem
dorme na minha cama/E tenta cegar meus sonhos/Alguém morreu nesta
cama/E lá de longe me chama/Misturado nos meus sonhos”.
PEDRO HOMEM DE MELLO : 1904-1983
Falemos agora de Pedro Homem de Mello, colaborador do movimento
dos presencistas e estudioso do folclore nacional. Um poeta cuja
escrita se cola, tão profunda e empaticamente, à sua terra minhota, à
voz do povo, suas crenças e tradições 106 . Alguns dos seus textos
tornaram-se clássicos intemporais na voz de Amália Rodrigues:
Gondarém, Prece, Povo que lavas no rio, Fandangueiro, A minha terra é
Viana, O rapaz da camisola verde, Fria claridade, Entrega, Verde,
verde e Cuidei que tinha morrido.
Podemos encontrar estes temas nos seguintes registos discográficos
intitulados: Cantigas numa Língua Antiga, Obsessão, Com que voz,
Fandangueiro, Fado Português e Anda o sol na minha rua.
No poema “Gondarém” assistimos à definição duma pátria madrasta:
106 MELLO, Pedro Homem de (1983): Poesias Escolhidas, Lisboa, IN-CM; Lopes, Óscar
(1987): Entre Fialho e Nemésio, volume II, Lisboa, IN-CM, pp. 808-817; Viana,
António Manuel Couto (2003): Poetas minhotos, Poetas do Minho (Perfis), 2 vols.,
Viana do Castelo, Câmara Municipal, pp. 261-275; Crítica II. Poetas Contemporâneos
(1960-1980), Tomo II, 2ª edição, Lisboa, IN-CM, pp. 96-122.
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