24.06.2013 Views

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

misteriosa que se esfolhava, esfolhava...”, que tudo e todos arrebata<br />

quando dança o Fandango: “ e havia um cristal na vista/e havia um cristal no<br />

ar/quando aquele fandanguista/se demorava a bailar!”. O seu mistério<br />

advém de: “não ser nome de cravo nem nome de rosa ” porque o amor, por<br />

vezes, ultrapassa as fronteiras convencionais do sexo.<br />

“A minha terra é Viana” é canto ao chão em que se nasceu, ao Minho<br />

pátrio da “cor de folha de rosa ”, aos seus lugares mais belos, às danças<br />

do povo, o ‘Vira’ e a ‘Gota’, e particularmente, à cidade de Viana, com o<br />

seu binómio antitético de luz e de sombra, ou ainda ao destino dos<br />

emigrantes que partem nos navios para terras desconhecidas e<br />

misteriosas.<br />

Curiosamente, o nacionalismo lírico do autor fá-lo negar a<br />

continuidade geográfica e cultural com a Galiza.<br />

Em “O Rapaz da Camisola Verde” testemunhamos a exaltação do<br />

amor proibido do sujeito poético por um rapaz simples de camisola<br />

verde, “entregue à noite, aos homens, ao pecado...”, e o arrependimento<br />

por alguém que então não compreendeu e rejeitou.<br />

Estamos assim perante um hino ao amor sem preconceito nem<br />

barreiras.<br />

De uma maneira geral, trata-se de um memorial retrospectivo de<br />

remorsos, sendo aqui a poesia usada como acto de penitência e<br />

exorcismo da sua própria culpa.<br />

90

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!