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amália rodrigues - Universidade Aberta

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AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

donde uma pacífica loucura que repousa na não aceitação da verdade. E<br />

na eternidade de quem habitará sempre nos nossos corpo e coração.<br />

Ou a tão trágica dicotomia entre EROS (Amor e Sexo) e THANATOS<br />

(Morte). Esta foi a letra possível para a “Mãe Preta” do brasileiro Caco<br />

Velho, cantada pela fadista Maria da Conceição e, depois, pelo seu<br />

tema, proibida pela censura, devido a poder ser entendida como uma<br />

imagem da situação do negro autóctone nas colónias africanas.<br />

“Maria Lisboa” é uma metáfora em que se compara Lisboa com uma<br />

varina que leva “na canastra, a caravela/no coração, a fragata”, já que<br />

Lisboa, como cidade solar mediterrânica, na sua cor e configuração, só<br />

pode ter nome feminino: Maria Lisboa.<br />

Por outro lado, como cidade à beira Tejo, é berço de marinheiros e<br />

pescadores:<br />

“ É de conchas o vestido, tem algas na cabeleira e nas veias o latido do<br />

motor de uma traineira”.<br />

“ Libertação” gravado em 1956 no Reino Unido, fala da vivência de<br />

um amor contrariado em que a natureza parece reflectir o desespero<br />

dos amantes: “ Fui ao campo e vi nos ramos, decepados e torcidos”. E em<br />

que parece apenas haver futuro através da fuga a uma terra que põe<br />

constantes ‘fronteiras’ à sua concretização: “ Ó meu amor se ficamos,<br />

pobres dos nossos sentidos! ”.<br />

Uma terra em que nem sequer há a liberdade de amar.<br />

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