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amália rodrigues - Universidade Aberta

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Amor proibido<br />

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

Também o amor proibido ou sancionado pela sociedade aparece<br />

frequentemente tratado.<br />

O amor não tem sexo, mas, sim, barreiras e cânones, instituições<br />

impostas pela sociedade patriarcal em que vivemos como defesa da<br />

família tradicional, da paternidade, da propriedade, e da sucessão-<br />

herança 127 . Donde a série de barreiras impostas ao amor por uma sua<br />

visão unidireccional. O que faz, frequentemente, que a paixão, longe de<br />

se realizar, se compraza apenas na contemplação do objecto amado:<br />

“Mas seu nome verdadeiro/ Quando bailava, bailava/ Não era nome de<br />

cravo/ Nem era nome de rosa/ Era o de flor misteriosa/ (...)/ E havia um<br />

cristal na vista/ E havia um cristal no ar/ Quando aquele fandanguista/ Se<br />

demorava a bailar!”<br />

( Pedro Homem de Mello, “ O Fandangueiro”)<br />

e<br />

“ Ali ficou... E eu, cínico, deixei-o/ Entregue à noite, aos homens, ao pecado.../<br />

Ali ficou, de camisola verde/ Negra madeixa ao vento/ Boina maruja a lado...”<br />

( Pedro Homem de Mello, “O Rapaz da Camisola Verde”)<br />

127 ENGELS, Friedrich, A origem da Família, da Propriedade e do Estado, Lisboa,<br />

Editorial Presença, pp. 39-110.<br />

119

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