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amália rodrigues - Universidade Aberta

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AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

“ Que perfeito coração/Morreria no meu peito/Meu amor na tua<br />

mão/Nessa mão onde perfeito/Bateu o meu coração”.<br />

O’Neill, com “Formiga Bossa Nova”, apresenta-nos, sob a forma de<br />

metáfora uma escrita contestatária. É uma canção onde se encontra<br />

expresso um acto de rebeldia: estamos perante a afirmação de um ser<br />

que não quer ser, do modo algum massificado. Metáfora do Homem vs.<br />

Formiga vs. Cigarra. Dicotomia entre aquele que é um escravo do<br />

trabalho e o que goza a vida, vivendo apenas o dia-a-dia, o que, como a<br />

cigarra, se põe a cantar. “Formiga Bossa Nova”, subvertendo assim a<br />

moral tradicional da fábula de La Fontaine, colhe o seu nome do ritmo<br />

brasileiro da Bossa Nova em que é cantado:<br />

“Minuciosa formiga/não tem que se lhe diga/leva a sua palhinha/Assim<br />

devera eu ser/e não esta cigarra que se põe a cantar/e me deita a perder”.<br />

“Verde Pino” , de Alexandre O’Neill, é uma variação de “Flores de<br />

Verde Pinho” de D.Dinis, em cujo tema e forma se inspira e em que o<br />

sujeito poético feminino, se põe no papel, e no discurso da amada, ao<br />

falar do seu amante. Donde a identificação com uma natureza cuja<br />

verdura contraria o deserto em que a instância enunciadora se<br />

encontra, fruto da dor pela ausência de quem se ama:<br />

“ Soubera eu do meu amigo/e não estivera só comigo!”<br />

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