24.06.2013 Views

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

Por outro lado, na segunda parte, está presente o seu lado solar: as<br />

flores, os frutos e as cantigas misturam-se para nos dar uma<br />

atmosfera primaveril e de estio, feliz, luminosa e muito radiante:<br />

“Apanhei pampilhos/Que são amarelos/Deixei lá os milhos/Deixei os<br />

marmelos/Cantavam papoilas/Cantigas p’ró ar/E andavam moçoilas/Também a<br />

cantar” 169 .<br />

Os trocadilhos de nomes e de rimas, dão a esta cantilena, “O Bicho<br />

de Conta”, uma sonoridade e um ritmo muito próprios. Novamente a<br />

autora recorre a animais muito simples, a elementos naturais<br />

importantes, para ‘brincar’ com as palavras e, daí, resultar numa<br />

cantilena popular:<br />

“ Encontrei o mocho/Agarrei o gato/O mocho era coxo/Era gago o<br />

gaio/Mas fugiu-me o coxo/E falou-me o gaio/Ora vai do vira/À noite é que eu<br />

saio” 170 .<br />

Finalmente, “A Onda”.<br />

Esta cantilena prima por reunir, no seu desenvolvimento, toda uma<br />

tipologia marinha. O seu ritmo desenvolve-se ao sabor de uma onda, ou<br />

seja, em círculos crescentes. Ao escrever estes versos, a autora fê-lo<br />

uma vez mais como uma contadora de histórias populares em que, neste<br />

caso específico, apresenta-nos uma introdução, um desenvolvimento e<br />

uma conclusão claras.<br />

168 Idem, p. 293.<br />

169 Idem, p. 293.<br />

170 Idem, p. 295.<br />

153

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!