24.06.2013 Views

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

1-AMÁLIA – IDENTIFICAÇÃO DA PERSONALIDADE<br />

COM A MATÉRIA LITERÁRIA CANTADA /<br />

( DEFINIÇÃO DE AMÁLIA PELOS SEUS VERSOS. A SOLIDÃO DO “MITO”<br />

VS VIDA AFECTIVA)<br />

Amália Rodrigues, uma mulher sincera, ingénua, simples, uma ligação à<br />

terra e ao chão que a viu nascer quase instintiva, um fatalismo bem<br />

português como crença de vida, uma fala que era um queixume, que nos<br />

transmitia sensações e sentimentos com os quais rapidamente nos<br />

identificávamos. Uma tristeza que não era forjada mas real, uma<br />

vedeta que jamais o chegou a ser porque recusou sempre essa<br />

condição, uma solidão encerrada, ou apenas escondida, dentro de uma<br />

casa que era, ao mesmo tempo, uma fortaleza e um local de repouso, um<br />

porto de abrigo onde se ‘vestia’ de todos, e não eram muitos, os que lhe<br />

eram mais próximos.<br />

Amália era uma mulher só, triste, melancólica, povoada de medos e<br />

de receios, dada a sua personalidade bipolar, que alternava períodos<br />

de uma prostrada melancolia com outros de uma clara euforia. A<br />

comprová-lo, está a tal respeito, a análise feita em capítulos<br />

anteriores.<br />

Afirmou-o várias vezes ao dizer: “ Desde que existe morte,<br />

imediatamente a vida é absurda. Sempre pensei assim. Sempre tive<br />

pensamentos tristes. (...) A ideia da morte acompanhou-me dos treze aos<br />

156

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!