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amália rodrigues - Universidade Aberta

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AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

Em “ Fria Claridade” está presente a solidão da grande cidade onde<br />

os encontros e os amores são quase sempre efémeros e fugidios,<br />

quando não furtivos e clandestinos. Pedro Homem de Mello cruza-se<br />

aqui com a temática de alguma poesia de António Botto:<br />

“grande, grande era a cidade e ninguém me conhecia ”.<br />

Com “Entrega” fazemos uma viagem pela vida, pela infância, pela<br />

noite dos poetas e pelos sentimentos. Deparamo-nos com uma desilusão<br />

e a entrega total ao Menino Jesus, metáfora da pureza, da<br />

simplicidade, da humildade e do amor. Sabendo que, na vida, nada se<br />

possui e o pouco, que se tem, nem sequer nos pertence:<br />

“ Venho da estranha noite dos poetas/Noite em que o mundo nunca me<br />

entendeu/Vê: trago as mãos vazias dos Poetas!/Menino Deus! Amigo dos<br />

Poetas!/Tudo o que tenho (e nada tenho!) é teu!”.<br />

Inspirando-se em Federico Garcia Lorca, como se pode ver no seu<br />

poema “Romance Sonâmbulo” 109 da obra “Romanceiro Cigano” 110 , Pedro<br />

Homem de Mello glosa no seu discurso poético, a utilização do vocábulo<br />

verde como prenúncio de uma situação, ou destino, trágico. O que<br />

podemos, aliás, constatar no seu poema “Verde, verde”, onde, para além<br />

do significado verde poder querer exprimir aquele que é ingénuo, o que<br />

é ainda muito jovem, inexperiente, e também para aquele que é puro,<br />

109<br />

“ Verde te quero verde. Verde vento, Verdes ramos...”. (p.61 do poema “Romance<br />

Sonâmbulo” de Federico Garcia Lorca).<br />

110<br />

LORCA, Federico Garcia, Romanceiro Cigano ( poema “Romance Sonâmbulo” ),<br />

tradução de Eugénio de Andrade – 36 poemas e uma Aleluia Erótica, Porto, Editorial<br />

Inova, 1969. A 1ª edição desta obra foi editada em 1928.<br />

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