24.06.2013 Views

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

De qualquer modo, quem não suporta a luz do sol, encontra na noite e<br />

na madrugada um lenitivo para a sua dor: “ numa taça de sombra<br />

estilhaçada/deita sumo de lua e de laranja ”. Assim se conjuga, neste<br />

binómio, a luz fria do luar e o ácido citrínico da laranja, mais uma vez<br />

metáfora para um ser já não habitado pelo calor dos beijos e pela<br />

doçura do encontro dos corpos dos amantes.<br />

ZECA AFONSO : 1929-1987<br />

José Afonso, mais conhecido por Zeca Afonso, foi o protagonista de<br />

uma intervenção política e musical ímpares, convertendo-se num<br />

símbolo da resistência. Zeca Afonso influenciou para sempre a música<br />

e a cultura portuguesas. Compositor multifacetado, percorreu, no seu<br />

repertório, diversas áreas musicais 121 . Dele, foram escolhidos três<br />

poemas para a voz de Amália: “Grândola Vila Morena”, “Natal dos<br />

Simples” e “A Balada do Sino”, ilustrando o primeiro a sua fase de<br />

intervenção e os dois últimos a de um lirismo intenso e muito belo.<br />

Em “Grândola Vila Morena” que faz parte dum single com o mesmo<br />

nome, gravado em 1974, deparamo-nos com uma poesia de verdadeira<br />

contestação, que se tornaria o hino do 25 de Abril de 1974. Nele se<br />

faz a exaltação da cidade alentejana, Grândola, como representação de<br />

um Alentejo que sempre lutou pela liberdade. A metáfora “vila morena”<br />

121 ENGELMAYER, Elfriede, José Afonso Poeta, Lisboa, Ulmeiro, 1999.<br />

103

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!