24.06.2013 Views

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

é o espelho de um povo que trabalha de sol a sol. Grândola, cidade<br />

exemplo da fraternidade, é aquela em que “o povo é quem mais ordena”.<br />

Visualizamos, neste poema, a correspondência de um microcosmos<br />

(Grândola) com todo um Portugal que não se calou e não se resignou<br />

durante a Ditadura do Estado Novo.<br />

“Natal dos Simples” incluído no disco Fandangueiro (1974), funde a<br />

contestação com um lirismo em que a época natalícia é exaltada.<br />

Mostra-nos como a gente simples do povo festeja esta época com o<br />

pouco que tinha: “Rabanadas, pão e vinho novo/Matava a fome à pobreza”, a<br />

natureza agreste que a cercava e a dura condição das suas vidas: “Por<br />

aqueles olivais perdidos/Foi-se embora o vento norte”.<br />

“A Balada do Sino”, também um dos temas do disco Fandangueiro<br />

(1974), joga com as palavras, num tom de poesia popular, podendo ser<br />

associado às medievais albas ou marinhas:<br />

“ Uma barquinha/Lá vem, lá vem/Dim Dem/ Na barquinha de Belém/(...)<br />

Levo a cativa/Duma só vez/Dois, três/Na barquinha do Marquês”.<br />

MANUEL ALEGRE: 1936-<br />

Manuel Alegre cuja poesia reflecte o exílio e a saudade do “País de<br />

Abril”, donde um magoado lirismo, homem assumidamente de esquerda,<br />

escreveria sobre Amália:<br />

104

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!