24.06.2013 Views

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

A “apagada e vil tristeza ” lusitana<br />

Outra variante do tema da dor tem a ver com o sofrimento a que se<br />

associa o arquétipo fatalista e sebastiânico do povo que, segundo<br />

Eduardo Lourenço, na sua obra “O Labirinto da Saudade”, caracteriza o<br />

inconsciente colectivo português.<br />

Falamos da “apagada e vil tristeza” cantada por Camões, ou seja da<br />

tradicional e constante impotência do povo português em construir o<br />

seu destino pelas suas próprias mãos, ultrapassando o complexo de<br />

frustração de um passado glorioso e do mito do grande Império. Tal<br />

como Eduardo Lourenço o refere na sua obra, “O Labirinto da<br />

Saudade”. O que o torna facilmente prisioneiro de figuras salvíficas<br />

que, qual Sebastião ausente, hão-de chegar “ numa manhã de nevoeiro “<br />

para realizar os seus desejos e expectativas:<br />

“ Cantar como quem despe/A ganga da tristeza/Como quem bebe/ A água da<br />

saudade”.<br />

(José Carlos Ary dos Santos, “É da Torre mais alta”)<br />

116

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!