amália rodrigues - Universidade Aberta

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CAPÍTULO III AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO! - A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA - OS VERSOS DE AMÁLIA “Foi por vontade de Deus, que eu vivo nesta ansiedade. E todos os ais são meus, que é toda minha a saudade, Foi por vontade de Deus (...) Que Estranha Forma de Vida...” Amália Rodrigues (Estranha Forma de Vida in Versos, p.18) 1- O TRÁGICO – O FATALISMO E A SOLIDÃO NA POESIA DE AMÁLIA RODRIGUES No seu livro, Versos, que Amália tanto hesitou em publicar por não querer mostrar a sua faceta mais íntima e ainda por duvidar da sua qualidade, Amália mostra-nos, de uma forma despreocupada e mais transparente, aquilo que realmente sente. São versos que exprimem sentimentos e emoções contraditórios, feitos de ilusões e desenganos, mas essencialmente para si própria, como se dialogasse com o mais profundo da sua Alma. Donde o não podermos, de forma alguma, ignorar 130
AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO! - A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA - este ‘corpus lírico’ original. Ele é-nos assim fundamental para um necessário conhecimento complementar de Amália. Se, ao cantar alguns dos mais belos poemas da lírica portuguesa, Amália deles se apropriou através de um processo de identificação com os sentimentos e emoções por eles expressos, nos seus versos, versejadora, e não poetisa, que se considerava, fala de si, em discurso directo, do que sente uma alma dividida entre a euforia e uma sintomática tristeza, entre a melancolia ( a merencória tão característica da literatura medieval portuguesa) e a comunhão profunda com a natureza, como se o sujeito poético nela se fundisse, pequeno átomo parte do universo 131 . Falar dos poemas de Amália, o seu ‘corpus lírico’ pessoal, é, também uma forma de a conhecer e às contradições flagrantes do seu carácter – os seus lados solar e lunar -, dada a espontaneidade, o intimismo e o carácter confessional de quem diz de si na primeira pessoa. “Escrever sobre Amália é como escrever sobre o Tejo. É como ouvirmos as asas das gaivotas em terra, o latir das traineiras, o quebrar da água contra a pedra e, ao longe, como que as ondas do mar longínquo, sangue e paixão dos portugueses e de Portugal.” 132 131 Ilustrando a peculiar visão panteísta de Amália. 132 José Carlos Ary dos Santos aquando da saída do LP- Cantigas numa língua antiga : pequeno texto sobre Amália incluído no próprio LP. EMI-Valentim de Carvalho, Lisboa, 1977. 131
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AGRADECIMENTOS Não fui só eu a re
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ROMANCE AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE
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Recebe de François Miterrand, Pres
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2001 - Trasladação do corpo de Am
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