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amália rodrigues - Universidade Aberta

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AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

“ Há um público para mim muito especial, são os Amalianos. (...) Todos os<br />

anos fazem uma festa, condecoram-me com a Ordem das Ervas, porque eu<br />

tenho a mania das ervas, fizeram um livro a imitar “Os Lusíadas”, em vários<br />

cantos, a contar as minhas odisseias (...) Às vezes, vêm cá a casa, trazem a<br />

sopa já feita, os pastéis de bacalhau e comem comigo. Tenho uma grande<br />

ternura por eles. Porque eu gosto muito que gostem de mim” 175 .<br />

Também a jornalista Ângela Caires escreveu acerca do tema acima<br />

referido:<br />

“ Rodeada de uma corte de admiradores que a protegiam e veneravam como<br />

a um símbolo pátrio, Amália, na vida privada, dividia-se entre a casa lisboeta<br />

da Rua de São Bento, uma antiga mansão bem conservada, e a quinta no<br />

Brejão, debruçada na costa alentejana. (...)<br />

Dada a longos serões, um hábito que lhe ficou dos tempos do Café Luso, em<br />

que cantava madrugadas adentro, Amália era uma criatura nocturna. Pela casa<br />

de São Bento passava a nata da intelectualidade portuguesa. Alguns já<br />

partiram. Natália Correia, José Carlos Ary dos Santos, David Mourão-<br />

Ferreira, Maluda – eram assíduos. (...) Recebe os convidados como uma grande<br />

senhora. Interessa-se por todos, com um cuidado e um carinho que se vê que<br />

lhe são naturais. Na verdade, é um privilégio fazer-se parte do seu grupo de<br />

amigos.<br />

A anfitriã nunca dava mostras de cansaço, nem tinha pressa de se ir deitar.<br />

É capaz de estar à conversa, fresca, até às 9 horas da manhã, quando nós já<br />

estamos de rastos” 176 .<br />

175 Idem, pp. 190-191.<br />

176 In, Visão: “Adeus, Amália” , Lisboa, Outubro de 1999, pp. 6-7.<br />

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