24.06.2013 Views

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

E assim aconteceu com o longo e belo poema POVO, que Amália<br />

reduziu a uma luminosa essencialidade, envolvendo-o sabiamente numa<br />

das mais dramáticas músicas clássicas do Fado Menor, o Vitória, de<br />

Joaquim Campos, criando “Povo Que Lavas No Rio”, um Fado que nunca<br />

mais deixou de cantar, recriando-o em cada actuação, encontrando-lhe<br />

sempre novas e insuspeitadas dimensões, como se demonstra no álbum<br />

AO VIVO, gravado em Roma na década de 50.<br />

Como disse numa entrevista a Luís Osório em 24 de Fevereiro de<br />

1999 em sua casa na Rua de São Bento:<br />

“ Comovo-me quando me oiço a cantar esse fado, a força que dou às<br />

palavras é comovente. Quando me oiço cantar AS TÁBUAS DO MEU CAIXÃO<br />

chego a chorar para aqui” 60 .<br />

De Pedro Homem de Mello cantou ainda “Havemos de Ir a Viana” e<br />

o lamento pelo fatal destino do “Rapaz da Camisola Verde”.<br />

Em entrevista à RTP, o poeta afirmou que “com Amália a sua<br />

poesia tinha descido ao povo” 61 .<br />

Mal Amália começara a cantar “Fria Claridade”, de Pedro Homem<br />

de Mello, outro poeta , o então muito jovem David Mourão-Ferreira,<br />

sentiu o desejo de que aquela dramática e expressiva voz fosse veículo<br />

60 OSÓRIO, Luís, 25 portugueses, Lisboa, Notícias editorial, 1999, p. 59.<br />

61 Idem.<br />

48

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!