amália rodrigues - Universidade Aberta

8- FOI DEUS!
AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!
- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -
“ Desde que existe morte, imediatamente a vida é absurda” 82
Amália
Lisboa, 6 de Outubro de 1999. Às 8 horas da manhã, Amália
Rodrigues tinha sucumbido a um ataque cardíaco, na sua residência, em
Lisboa. Num ponto as notícias nacionais e internacionais foram
unânimes: a Voz que ajudou a definir Portugal, tinha morrido.
“ Desde que existe morte, imediatamente a vida é absurda ” 83 ,
disse-me Amália um dia. O Fado tomou o lugar da sua vida, fez-se voz.
A voz onde escutávamos a distância que nos separa de nós mesmos. A
voz e o Fado de Amália atravessaram em chamas seis décadas da
cultura portuguesa. Um tempo de canções, de pessoas, de êxitos, de
lugares e de polémicas que são o espelho de um país amarrado ao mito
cultural da saudade.
O governo democrático de então, liderado pelo Engenheiro António
Guterres, decretou três dias de luto nacional e concedeu a Amália
Rodrigues honras de Estado.
82
SANTOS, Vítor Pavão dos, Biografia de Amália Rodrigues, 1ª edição, Lisboa,
Contexto Editora, 1987, p.15.
83
Idem.
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