24.06.2013 Views

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

vezes, testemunha. O fadista, trovador ambulante da plebe, compraz-se em<br />

procurar os seus símiles na agitação constante das vagas, no agreste sibilar<br />

dos ventos, na inconstância do elemento que, com a maior fidelidade, lhe<br />

retrata a instabilidade dos próprios sentimentos.” 4<br />

Reforçando ainda a origem marítima dessa forma de expressão,<br />

Miguel Queriol 5 afirma que “ na proa dos navios de guerra, à mistura com<br />

a vida do marinheiro e outras canções em que a triste sina ou misérias da vida<br />

arrastavam ao infortúnio”, já se cantava o Fado antes da Severa.<br />

Segue outro rumo a explicação avançada por Gonçalo Sampaio, no seu<br />

trabalho As Origens do Fado 6 . Para este professor o fado é um canto<br />

que teve origem nas antiquíssimas festas pagãs do Sol, festas estas<br />

realizadas em Braga.<br />

Referindo-se a estas festas o professor diz que “ ... entre estas<br />

monodias, destacam-se particularmente os fados, de que existem muitas<br />

variedades, algumas já bem afastadas do seu tipo original e característico,<br />

nascidos nas vielas da capital, talvez após a lei que, em 1761, aboliu a<br />

escravatura no continente do País.” 7<br />

Foi mais longe ao estabelecer a ligação do fado aos bairros lisboetas<br />

mal-afamados, frequentados no século XIX por ex-escravos:<br />

4<br />

PALMEIRIM, Luiz Augusto, Galerias de Figuras Portuguesas, (pref. Vítor Wladimiro<br />

Ferreira), Lisboa, Imprensa Nacional 1879, p.114<br />

5<br />

In, O Popular, Lisboa, 7 e 8 de Abril de 1901<br />

6<br />

In, A Águia, Porto, n.º 9 e 10 (8 e 15 de Maio de 1923), 36.º ano.<br />

7<br />

SUCENA, Eduardo, Lisboa, o Fado e os Fadistas, 2ª edição, Colecção: Memórias de<br />

Lisboa, Veja e Autor, 2002, p.16.<br />

12

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!