24.06.2013 Views

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

qualquer Fado clássico (...) Gosto muito do Fernando Pessoa, mas não é para<br />

cantar.” 77<br />

Com a música de Alain Oulman, a voz de Amália transportou-nos<br />

também até ao século XIII, aos confins deslumbrantes da lírica<br />

trovadoresca, da cantiga de amigo Sediam’eu na ermida de San Simion,<br />

de Mendinho, à inocência da bailia Nós as Meninhas, de Pero de Viviães,<br />

aos alvores do século XVI, quando a língua portuguesa se fixa, na<br />

beleza do triste adeus de João Roiz de Castelo-Branco, na sua Cantiga<br />

Partindo-se, que faz parte do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende<br />

(1516). Amália cantou António Feliciano de Castilho, José Régio, um<br />

poeta que tanto sentiu o Fado interrogando as suas origens em Fado<br />

Português:<br />

“ O Fado nasceu um dia, em que o vento mal bulia e o Céu o Mar<br />

prolongava, na amurada de um veleiro, no peito de um marinheiro, que estando<br />

triste cantava...”<br />

A voz de Amália, de repente, ecoa nos mais diversos poemas<br />

eruditos da literatura portuguesa. Ela cantou ainda Alexandre O’Neill,<br />

Ary dos Santos, Almada Negreiros, Manuel Alegre e muitos outros<br />

como se verá adiante.<br />

O repertório nacional via-se assim duplamente enriquecido: novos<br />

poemas e novas músicas.<br />

Em suma:<br />

77<br />

SANTOS, Vítor Pavão dos, Biografia de Amália Rodrigues, 1ª edição, Lisboa,<br />

Contexto editora, 1987, pp. 154-156.<br />

58

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!