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amália rodrigues - Universidade Aberta

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AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

“ Há uma Amália antes e depois de Alain Oulman, antes e depois do seu<br />

encontro com os poetas. Ou mais exactamente: com Camões. Quando ela<br />

cantou ‘Com que voz’, encontrou-se a si mesma. Porque encontrou finalmente<br />

aquela ‘outra voz’ (...) Todos os versos, de certo modo, são escritos para ela.<br />

Só ela sabe dizer a palavra Fado. E a palavra gaivota. E a palavra povo. E a<br />

palavra longe. E a palavra amor.”<br />

Mitificando a Amália dos poetas como a poesia e a voz poética do<br />

povo, mais adiante, completava e clarificava mais a sua ideia ao dizer<br />

que:<br />

“ Ela é o povo que lava no rio, como, melhor que ninguém, sabia Pedro Homem<br />

de Mello. Mas, na verdade, como revelou David Mourão-Ferreira, o seu nome<br />

próprio é Maria, “seu apelido Lisboa”. De facto, quando ela canta, é sempre de<br />

contas no vestido e “tem algas na cabeleira”. É a sua coroa de rainha, porque<br />

nós não temos outra, temos Amália, a que consegue exprimir aquela parte de<br />

um povo que nunca ninguém tinha conseguido dizer assim. “ 122<br />

Foram vários os poemas deste poeta que Amália cantou: “Trova do<br />

Vento que Passa”, “As Facas”, “Abril”, “Meu Amor é Marinheiro”.<br />

Em “Trova do Vento que passa” incluído no álbum Com que voz<br />

(1970), assiste-se a uma afirmação do amor telúrico por uma terra que<br />

122 Entrevista de Manuel Alegre à revista VISÃO/TESTEMUNHO a 07 de Outubro<br />

de 1999, Lisboa.<br />

105

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