24.06.2013 Views

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

amália rodrigues - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

Fado vs. Destino vs. Saudade<br />

José Régio consegue, com uma rara felicidade definir a origem do<br />

Fado, ligando-a ao destino, neste caso “ dar novos mundos ao Mundo”,<br />

à incerteza do regresso causada pela desmesura das tarefas e da<br />

aventura, à tristeza pelo país distante e por quem lá se deixou, a<br />

este canto feito de saudades, paisagens, cheiros, pessoas, sabores e<br />

memórias que constituem a nossa paisagem afectiva:<br />

“ O Fado nasceu um dia/Em que o vento mal bulia/ E o céu o mar<br />

prolongava/ Na amurada de um veleiro/ No peito dum marinheiro/ Que<br />

estando triste, cantava”.<br />

( José Régio, “Fado Português”)<br />

O poema vai de encontro à ideia que Tinop (João Pinto de Carvalho)<br />

defende na sua História do Fado:<br />

“ Para nós, o Fado tem uma origem marítima, origem que se lhe vislumbra<br />

no seu ritmo onduloso como os movimentos cadenciados da vaga.<br />

(...) O Fado nasceu a bordo, aos ritmos infinitos do mar, nas convulsões<br />

dessa alma do mundo, na embriaguês murmurante dessa eternidade da<br />

123

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!