amália rodrigues - Universidade Aberta

AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!
- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -
“ Onde teria eu ouvido/Esta voz cantar assim/Já lhe perdi o sentido/E este
cenário partido/Volta a voltar repetido/E o cantar recanta em mim”.
SIDÓNIO MURALHA: 1920-1982
Segue-se Sidónio Muralha, um dos precursores do neo-realismo
português com BECO (1941). É considerado um dos melhores poetas
para crianças em língua portuguesa. 112 Dele, Amália cantou “Raízes” e
“Amantes Separados”. O primeiro poema inclui o álbum Fado e Touros
datado de 1962. O segundo foi gravado no Reino Unido em 1956 pela
editora Discos Columbia/Valentim de Carvalho.
Nos poemas “Raízes” e “Amantes Separados”, a temática do
Desespero e da Loucura num contexto de reflexão sobre as origens
são uma constante.
Em “Raízes” dá-se o reencontro com as nossas origens, o povo e a
Terra-Pátria. Depois de tanto viajar, de tanto conhecer, só resta ao
poeta “gastar-se a cantar”. Para quê viajar, se nunca conseguimos fugir
da nossa paisagem, de nós mesmos?
“ Visitei tantos países/Conheci tanto luar/Nos olhos dos infelizes/E porque
me hei-de gastar?/Vou ao fundo das raízes/E hei-de gastar-me a cantar”.
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SARAIVA, António José e LOPES, Óscar, História da Literatura Portuguesa,
Porto, Porto Editora, 1989, p. 1108.
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