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amália rodrigues - Universidade Aberta

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AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

generosidade e o seu fino sentido de humor e a enorme perda em termos<br />

pessoais dos que tiveram a sorte de a conhecer melhor” 196 .<br />

Em suma: Amália, um rosto, uma voz, um nome. Amália entrou, por<br />

certo, na galeria dos ‘que se vão da lei da morte libertando’, como disse<br />

o poeta que ela amava e cantou. Amália morreu com 79 anos, no dia 6<br />

de Outubro de 1999. O país chorou a morte da mulher em cujo corpo<br />

habitava a alma de Portugal, a mulher cuja voz era, dentro e fora das<br />

nossas fronteiras, um símbolo do povo português. A sua morte deixou a<br />

morte na alma portuguesa. Chamaram-lhe a voz de Portugal, um<br />

heterónimo feminino de Portugal, a rainha do Fado, a diva, a musa,<br />

‘última caravela dos descobrimentos’ 197 , e deram-lhe a altura do mito.<br />

Poucos como ela terão marcado tão indelevelmente o imaginário<br />

português do século XX. Ninguém como ela celebrou o Fado pelo mundo<br />

fora, tornando-o um cartaz e um símbolo de Portugal, renovando-o por<br />

dentro e dando voz aos poetas portugueses.<br />

Nesta sintonia entre Mulher/Intérprete/Poesia Maior e<br />

Subconsciente Colectivo de um Povo, encontra-se o êxito de Amália.<br />

Em Portugal e no Mundo.<br />

196 Idem.<br />

197 Augusto de Castro (Porto 1883-Lisboa 1971). Jornalista e diplomata, embaixador<br />

em várias capitais europeias, foi durante longos períodos director do Diário de<br />

Notícias. Publicou múltiplos ensaios e algumas peças de teatro.<br />

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