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amália rodrigues - Universidade Aberta

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AMÁLIA RODRIGUES: COM QUE VOZ CHO(RA)REI MEU TRISTE FADO!<br />

- A POESIA NO UNIVERSO FADISTA DE AMÁLIA -<br />

“Perdigão” é uma sátira a um conquistador, um amor ‘donjuanesco’ que<br />

desejou mais do que podia alcançar:<br />

“ Perdigão perdeu a pena, quis voar a uma torre alta, mas achou-se<br />

desasado”.<br />

“ Erros Meus, má fortuna, amor ardente “ insere-se numa temática<br />

intimista e confessional em que o poeta, eterna e sucessivamente<br />

enamorado, confessa, ao olhar para o passado, os erros que cometeu e<br />

a má fortuna dos seus amores ardentes. Assim, quando procurou o<br />

amor, não o encontrou senão fugazmente, o que lhe ensinou a não<br />

esperar nunca demasiado. Deste modo, e talvez por uma excessiva<br />

idealização amorosa, o que o afastou do amor concreto e absoluto foi a<br />

sua condição de amante do amor:<br />

“Erros meus, má fortuna, amor ardente/Em minha perdição se<br />

conjuraram/Os erros e a fortuna sobejaram/Que para mim bastava amor<br />

somente”.<br />

O Amor, a Ausência e a Saudade estão também presentes no soneto<br />

de perda e morte camoniano: “Alma Minha gentil, que te partiste ”.<br />

O poeta exalta aqui a ausência da amada e suplica-lhe, em jeito de<br />

prece, que a mesma interceda, no Além, para que ele possa ir<br />

rapidamente ao seu encontro, pois que não suporta viver sem a sua<br />

presença:<br />

“ Roga a Deus que teus anos encurtou/Que tão cedo de cá me leve a ver-<br />

te/Quão cedo de meus olhos te levou”.<br />

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