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editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas

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Internacional <strong>de</strong> Mulheres da Amarc 10 ), que promove a comunicação como<br />

direito universal do ser h<strong>um</strong>ano e o acesso das mulheres aos meios<br />

massivos.<br />

Dessa forma, enten<strong>de</strong>mos que as iniciativas têm sintonia com o<br />

pensamento <strong>de</strong> Martín-Barbero, ao resgatar a importância do veículo:<br />

O rádio fala basicamente seu idioma – a oralida<strong>de</strong> não<br />

é mera ressaca do analfabetismo, nem o sentimento é<br />

subproduto da vida para os pobres – e po<strong>de</strong> assim<br />

servir <strong>de</strong> ponte entre a racionalida<strong>de</strong> expressivosimbólica<br />

e informativo-instr<strong>um</strong>ental, po<strong>de</strong> ser e é algo<br />

além <strong>de</strong> mero espaço <strong>de</strong> sublimação: aquele meio que,<br />

para as classes populares, “está preenchendo o vazio<br />

<strong>de</strong>ixado pelos aparelhos tradicionais na construção <strong>de</strong><br />

sentido” (MARTÍN-BARBERO,1997,p.315).<br />

Dessa forma, as táticas do movimento resgatam o rádio como aliado<br />

na divulgação do feminismo para as populações mais <strong>de</strong>sinformadas,<br />

atingindo, principalmente, as mulheres que moram em áreas rurais e<br />

regiões ribeirinhas. Nota-se <strong>um</strong>a tentativa <strong>de</strong> apropriação cidadã do veículo,<br />

contrariando o curso da ampliação do po<strong>de</strong>rio da indústria cultural no Brasil,<br />

<strong>um</strong>a vez que a relação cada vez mais <strong>de</strong>svirtuada entre Estado e<br />

conglomerados <strong>de</strong> mídia originou a formação dos monopólios no país e no<br />

mundo 11 e a prepon<strong>de</strong>rância <strong>de</strong> interesses privados no uso <strong>de</strong> bens que<br />

<strong>de</strong>veriam ser públicos.<br />

A concentração da mídia contraria, ainda, a Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

1988, que, no artigo 220, parágrafo 5º, enuncia: “Os meios <strong>de</strong> comunicação<br />

social não po<strong>de</strong>m, direta ou indiretamente, ser objeto <strong>de</strong> monopólio ou<br />

oligopólio”. Um exemplo do <strong>de</strong>sc<strong>um</strong>primento da Carta Magna é a<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> TV, emissoras <strong>de</strong> rádio e jornais por grupos<br />

10<br />

A Associação Mundial <strong>de</strong> Rádios Comunitárias (Amarc) é <strong>um</strong>a entida<strong>de</strong><br />

internacional que serve o movimento <strong>de</strong> rádios comunitárias, com cerca <strong>de</strong> 3.000<br />

membros <strong>de</strong> 106 países. Com se<strong>de</strong> em Montreal, Canadá, está presente em todos<br />

os continentes, organizando ativida<strong>de</strong>s globais e regionais. O seu objetivo é<br />

contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento das rádios comunitárias e participativas, <strong>de</strong><br />

acordo com os princípios <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> e cooperação internacional (CEMINA,<br />

2002).<br />

11 Dados da Folha <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, p. A2, constatam: “Há 20<br />

anos, 50 corporações dominavam o mercado da mídia nos EUA. Eram 23 no início<br />

da década passada. Hoje são cinco”.<br />

10

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