editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas
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culturais 28 para <strong>de</strong>finir <strong>um</strong> novo modo <strong>de</strong> existência dos homens e <strong>um</strong>a<br />
mudança substancial na forma <strong>de</strong> regulação social que se conhece até hoje<br />
(visto que se tornou recorrente falar em direito pós-mo<strong>de</strong>rno)?<br />
Não se estaria vivenciando, e agora também no mundo das idéias,<br />
<strong>um</strong> fenômeno já assente no campo das forças produtivas, qual seja a<br />
intensificação <strong>de</strong> <strong>um</strong> po<strong>de</strong>r imperial, com pretensões <strong>de</strong> hegemonia em<br />
todos os campos e para isso se valendo não só das armas, mas também do<br />
tremendo <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico que jamais a h<strong>um</strong>anida<strong>de</strong> logrou<br />
construir e tentando justificar conceitualmente sua dominação?<br />
Seria interessante consi<strong>de</strong>rar que po<strong>de</strong> ocorrer que novos rótulos<br />
propostos para enquadrar realida<strong>de</strong>s já conhecidas, mas que apresentam<br />
novos aspectos – no caso em tela <strong>um</strong>a nova forma <strong>de</strong> capitalismo - parece<br />
visar mais certo exorcismo nominalista 29 pelo qual se busca rebatizar a<br />
criatura, relegando com isso a compreensão das novas formas com as quais<br />
se ela se organiza e evitando com isso a clarificação das características que,<br />
apesar disso, seguem a<strong>de</strong>ridas ao objeto.<br />
Para alguns teóricos, o termo pós-mo<strong>de</strong>rnismo se <strong>de</strong>stina a dar nome<br />
a <strong>um</strong> modo <strong>de</strong> produção no qual a produção cultural tem <strong>um</strong> lugar funcional<br />
bem <strong>de</strong>limitado e cuja sintomatologia se manifesta aparece principalmente<br />
na cultura. 30<br />
Outros, diferentemente <strong>de</strong> Jameson (já que esse ao compreen<strong>de</strong>r o<br />
pós-mo<strong>de</strong>rnismo enquanto forma <strong>de</strong> organização da produção na qual a<br />
cultura tem lugar específico, acaba por não valorizar as distinções entre<br />
aquele termo e o <strong>de</strong> pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>), tratam pós-mo<strong>de</strong>rnismo como<br />
forma cultural contemporânea e pós-mo<strong>de</strong>rnismo enquanto período<br />
histórico específico 31 , in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> se discutir aqui a valida<strong>de</strong><br />
histórica ou não <strong>de</strong> tal idéia. .<br />
Há <strong>um</strong>a tese que não comparece <strong>de</strong> forma muito explícita nos<br />
teóricos da pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>: a idéia do <strong>de</strong>saparecimento, se não físico,<br />
28 Stuart Hall, por exemplo, caracteriza tal período como mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> tardia e pergunta se o caráter da<br />
transformação não se dá no interior da própria mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. Ver: HALL, Stuart. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural<br />
na pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro: DP &A, 2002, p. 9-10, 14-18.<br />
29 BORGES, Bento Itamar. Crítica e teorias da crise. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005, p. 259.<br />
30 JAMESON, Fre<strong>de</strong>ric. Pós-mo<strong>de</strong>rnismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática,<br />
2000, p. 402.<br />
31 EAGLETON, Terry. As ilusões do pós-mo<strong>de</strong>rnismo. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Jorge Zahar, 1998, p. 7.<br />
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