editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas
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ANÁLISE DOS OBSERVATÓRIOS DE MÍDIA BRASILEIROS<br />
COMO INSTRUMENTOS DO CONTROLE PÚBLICO DA MÍDIA 1<br />
Edgard Rebouças 63 e Patrícia Cunha 64<br />
1. Introdução<br />
A partir da década <strong>de</strong> 60, intensificou-se no mundo o estudo sobre a<br />
economia política da comunicação. Na América Latina, essa tendência<br />
repercutiu, entre outros, no pensar a respeito <strong>de</strong> questões como as trocas<br />
<strong>de</strong>siguais, o imperialismo cultural, o acesso à informação, o papel da<br />
comunicação na educação e na manutenção do sistema sociopolíticoeconômico<br />
em vigor. Des<strong>de</strong> então, intensificou-se a estruturação <strong>de</strong><br />
organizações populares e entida<strong>de</strong>s sociais com a proposta <strong>de</strong> buscar<br />
soluções para os problemas ligados à comunicação. Foi neste contexto que<br />
os observatórios <strong>de</strong> mídia surgiram como alternativa à socieda<strong>de</strong> civil,<br />
frente ao po<strong>de</strong>r dos conglomerados <strong>de</strong> comunicação e às <strong>de</strong>terminações da<br />
“nova or<strong>de</strong>m mundial da informação e da comunicação” (NOMIC).<br />
A utilização das novas tecnologias <strong>de</strong> comunicação e informação<br />
(TCI) pelos movimentos sociais tem ass<strong>um</strong>ido alg<strong>um</strong>as formas e se<br />
manifestado através do ativismo online, dos ciberprotestos e da formação<br />
<strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates com vinculações a temáticas sociais. A<br />
apropriação participativa dos meios <strong>de</strong> comunicação e informação é <strong>um</strong>a<br />
atitu<strong>de</strong> viável e que cria inúmeras possibilida<strong>de</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
h<strong>um</strong>ano.<br />
Os observatórios <strong>de</strong> mídia brasileiros são exemplos <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />
movimento, cuja origem po<strong>de</strong> remeter à aca<strong>de</strong>mia, ao meio profissional<br />
midiático, ou aos próprios movimentos populares. Contudo, como será<br />
mostrado adiante, os observatórios analisados compartilham<br />
invariavelmente <strong>de</strong> objetivos sociais e buscam sempre <strong>um</strong>a aplicabilida<strong>de</strong><br />
para suas observações, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> origem. Este texto<br />
63<br />
Jornalista, professor do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />
Pernambuco (Email: edreboucas.br@gmail.com). É também coor<strong>de</strong>nador do Observatório da<br />
Mídia Regional. (www.ufpe.br/observatorio)<br />
64 Graduada pelo curso <strong>de</strong> Comunicação Social (Jornalismo) pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />
Pernambuco. Estudante do Curso <strong>de</strong> Rádio e TV da UFPE, bolsista CNPq no Observatório da<br />
Mídia Regional: direitos h<strong>um</strong>anos, políticas e sistemas. (Email: patricunha@uol.com.br).<br />
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