editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas
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nos anos 1990. Uma mídia <strong>de</strong> fácil acesso e com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> penetração em<br />
todas as instâncias sociais. Além disso, a mobilida<strong>de</strong> e a interativida<strong>de</strong> do<br />
rádio permitiam que as mulheres acompanhassem a programação sem<br />
<strong>de</strong>ixar suas ativida<strong>de</strong>s diárias, quer no espaço doméstico, quer no local <strong>de</strong><br />
trabalho.<br />
Com base nesses dados, os grupos femininos <strong>de</strong> Água Preta,<br />
Joaquim Nabuco, Caten<strong>de</strong> e Palmares e o Centro das Mulheres do Cabo 17<br />
realizaram, entre 1995 e 1997, cinco oficinas, envolvendo 60 mulheres dos<br />
municípios. Os encontros <strong>de</strong>ram origem a <strong>um</strong> plano <strong>de</strong> comunicação com<br />
foco no rádio. O objetivo era estimular a troca <strong>de</strong> informações entre as<br />
mulheres e a divulgação dos seus direitos para a população. O projeto foi<br />
apresentado à Fundação MacArthur 18 , que aprovou a iniciativa e, em março<br />
<strong>de</strong> 1997, ia ao ar, pela primeira vez, o Rádio Mulher: o programa<br />
radiofônico do Centro das Mulheres do Cabo, com linha <strong>editorial</strong> feminista,<br />
produzido em parceria com os grupos <strong>de</strong> mulheres da região.<br />
Veiculado inicialmente pela Rádio Cultura dos Palmares (AM), aos<br />
sábados, o programa nasceu para difundir informações qualificadas sobre<br />
saú<strong>de</strong>, direitos reprodutivos e cidadania feminina. Produção, parte técnica,<br />
apresentação, locução, direção... Tudo no Rádio Mulher é realizado por<br />
mulheres. Essa especificida<strong>de</strong> levou o programa a integrar a Re<strong>de</strong> Brasileira<br />
<strong>de</strong> Mulheres no Rádio, em 1999.<br />
A partir daquele ano, o Rádio Mulher passa a ser exibido ao vivo. De<br />
acordo com os relatórios técnicos do projeto, a mudança possibilitou maior<br />
empatia com o público, que se manifestou enviando cartas e recados para a<br />
produção. Antes <strong>de</strong> implementar o formato, o Centro das Mulheres do Cabo<br />
promoveu <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> oficinas <strong>de</strong> qualificação técnica e linguagem<br />
forma <strong>de</strong> organização que agudiza a subordinação das mulheres, a Zona Mata Sul é<br />
<strong>um</strong> campo <strong>de</strong> batalha on<strong>de</strong> diversos sujeitos coletivos disputam a hegemonia. Entre<br />
eles, as mulheres organizadas, que surgem, a partir dos anos 1990, como <strong>um</strong>a<br />
força capaz <strong>de</strong> provocar rachaduras na sólida construção do machismo e do<br />
patriarcado.<br />
16 De acordo com o Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE/1995),<br />
quase 60% das mulheres da Mata Sul eram analfabetas.<br />
17 ONG feminista fundada em 1984, situada no Cabo <strong>de</strong> Santo Agostinho, e cuja<br />
missão é: “construir a eqüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero e afirmar os direitos <strong>de</strong> cidadania das<br />
mulheres”.<br />
18 Agência <strong>de</strong> cooperação internacional com se<strong>de</strong> em Chicago, nos EUA.<br />
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