editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas
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caminho percorrido, não sabe pra on<strong>de</strong> vai! Se não houver conscientização,<br />
vamos continuar à mercê do milagre do capitalismo”.<br />
Para Momesso, cada aula dada é <strong>um</strong> ato político. “Não tô<br />
preocupado se vou fazer revolução ou não, tô preocupado em fazer o que<br />
eu posso fazer enquanto vivo. Todo mundo tem <strong>um</strong> sentido <strong>de</strong> eternida<strong>de</strong>,<br />
a eternida<strong>de</strong> é a h<strong>um</strong>anida<strong>de</strong>, continuar se aperfeiçoando”. E quando ele<br />
não pu<strong>de</strong>r fazer mais nada, “no mínimo vou falar mal do capitalismo”.<br />
Campos continua no trabalho <strong>de</strong> formiguinha, conscientizando as<br />
pessoas, “porque senão ninguém vai largar sua vidinha pra apostar como<br />
nós apostamos no escuro”. É <strong>um</strong> trabalho dificílimo explicar o que é<br />
socialismo quando “todo mundo tem televisão hoje em dia, dizendo pra<br />
comprar. A mídia bombar<strong>de</strong>ia toda hora. O Estado tá em guerra civil com os<br />
excluídos que tão li<strong>de</strong>rados pelo pior que exista da raça h<strong>um</strong>ana. O avanço<br />
das ciências, da tecnologia, isso parece que é fora da realida<strong>de</strong> do dia-a-dia.<br />
O dia-a-dia é <strong>de</strong>composição social, <strong>de</strong>gradação do ser h<strong>um</strong>ano. Eu vou<br />
morrer e outros vão ter que fazer isso, porque senão a gente não vai ter<br />
chance. Antes disso o capitalismo vai nos levar a barbárie”.<br />
Sem querer, Iberé faz o res<strong>um</strong>o <strong>de</strong> tudo. “É o que Engels dizia: ‘ou<br />
o socialismo ou a barbárie’. A barbárie tá aí instalada hoje, não é mais <strong>um</strong>a<br />
citação <strong>de</strong> <strong>um</strong> pensador do século XIX. Você sai <strong>de</strong> casa e o cara te mata<br />
pra pegar <strong>um</strong> celular”.<br />
“Hoje eu vivo <strong>de</strong> lembranças e recordações e dando minhas<br />
entrevistas”. Delzuite escreveu <strong>um</strong> livro, Sonho <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, em que conta<br />
sua trajetória <strong>de</strong> vida. Acredita na juventu<strong>de</strong> e gostaria que sua neta <strong>de</strong> 13<br />
anos estudasse Jornalismo. “Se não fossem os jornalistas, a gente não<br />
sabia <strong>de</strong> muita coisa”. Acredita que nenh<strong>um</strong>a luta é em vão, inclusive esta<br />
reportagem. Pensando nisto, fez <strong>um</strong>a música para Freire.<br />
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