editorial protagonistas de um passado histÃ³rico recente: lutas

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Todavia, a sociedade precisa de mecanismos que inibam as violações dos direitos humanos, das leis e da Constituição do país, por parte dos meios de comunicação. Nos últimos anos, o Ministério Público tem aumentado sua atuação na área, porém, essa ainda é bastante tímida para que se percebam mudanças significativas na mídia brasileira. Os observatórios surgem, então, como instrumentos de controle público frente ao poder privado, a fim de combater abusos e acenar com soluções. 3. Análise dos Observatórios Atualmente, os observatórios encontram-se difundidos em vários países. Em um levantamento realizado pelo Observatório da Mídia Regional, em fevereiro deste ano, foram catalogados trinta e um observatórios na América Latina. De acordo com o levantamento, no Brasil existem sete observatórios de mídia com propostas de análises locais, regionais e nacionais. O mais antigo observatório de mídia brasileiro ainda em funcionamento é o Observatório de Imprensa, que em abril de 1996 já contava com uma versão on-line. Esses observatórios apresentam diversos objetivos e sistemas de ações que vão desde o formato de uma revista eletrônica sobre a mídia até a proposta de ouvidoria pública. A análise desenvolvida considerou os sete observatórios de mídia brasileiros: Agencia Nacional dos Direitos da Infância (ANDI), Monitor de Mídia, Observatório Brasileiro de Mídia, Observatório da Imprensa, Observatório da Mídia Regional, Observatório do Direito à Comunicação, SOS Imprensa. A pesquisa foi realizada a partir do conteúdo disponível nas páginas dos observatórios na web. Porém, no caso do Observatório da Mídia Regional, algumas informações foram obtidas diretamente com o fundador do projeto, o professor Edgard Rebouças. Segundo Suzana Herrera (2006a), nas páginas da web é que os observatórios encontram o principal meio de divulgação de suas ações e a comunicação com o público. A autora chama atenção, ainda, para a pluralidade apresentada pelos observatórios e elenca alguns tópicos, segundo os quais os observatórios latino-americanos se diferenciam. São eles: origem, composição, orientação ideológica, estruturas e modos de funcionamento, aspectos dos meios que analisam, o diferente instrumental 41
metodológico que empregam e a sistematização de sua atividade (HERRERA, 2006b). Foi seguindo essa linha de diferenciação, com algumas modificações, que o presente estudo foi desenvolvido. Foram consideradas as seguintes características: abrangência dos meios que analisam; origem; composição/parcerias; missão/objetivos; sistematização de atividades e divulgação/contato com a sociedade. Considerando-se esses pontos, os observatórios brasileiros assumem características bastante versáteis. No entanto, podem ser divididos em dois grupos gerais, segundo Luís Albornoz e Micael Herschmann (2006), com os seguintes enfoques básicos: um primeiro grupo, em que os observatórios são concebidos como espaços articuladores da cidadania a partir dos quais se pode monitorar o funcionamento dos meios de comunicação (“observatório fiscal”) e, outro, em que são considerados como novos organismos que colaboram através de suas intervenções e reflexões na formação de políticas públicas (“observatório think tank”). Na primeira categoria, podem ser agrupados: o Monitor de Mídia e o Observatório Brasileiro de Mídia. Já no segundo grupo, podem ser incluídos o Observatório da Imprensa e o Observatório do Direito à Comunicação. Porém, ao menos na realidade brasileira, alguns observatórios desenvolvem atividades que acabam por situá-los nos dois grupos, simultaneamente. É o caso do observatório da ANDI, do Observatório da Mídia Regional e do SOS Imprensa. 4. Abrangência dos meios que analisam Descendendo dessa primeira classificação, é possível tipificar os observatórios a partir da abrangência dos meios que analisam. Os “observatórios fiscais” se caracterizam por analisar os meios de comunicação locais: o Monitor de Mídia acompanha jornais e telejornais catarinenses; o Observatório Brasileiro de Mídia, os impressos paulistanos. Já os observatórios classificados no segundo e terceiro grupos contam com uma abrangência maior: regional, nacional, podendo alargar-se pelo território latino-americano, como é o caso da ANDI. Esse fenômeno pode ser explicado pelo fato de que os observatórios que se restringem ao campo de fiscalização e análise, propriamente dito, comprometem-se em realizar 42
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