editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas

adiofônica com representantes das organizações locais de mulheres. Além
de fontes, elas passaram a ser realizadoras do programa.
A participação das mulheres no rádio era cada vez mais intensa no
início dos anos 2000 e um salto maior foi dado em março de 2001, quando
o Rádio Mulher estreou, por meio dos 100,9 MHz da rádio comercial
Quilombo FM, de Palmares. Com uma hora de duração e três exibições
semanais, o programa, no seu primeiro ano de exibição em novo formato,
foi considerado um “fenômeno de público 19 ”.
Hoje, o Rádio Mulher 20 vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h
ao meio-dia, e lidera a audiência da emissora no horário da manhã,
atingindo 200 mil ouvintes de 53 municípios da Zona da Mata Sul de
Pernambuco e do estado de Alagoas.
O programa dispõe de um conselho, composto por oito
representantes de organizações de mulheres de Palmares, Joaquim Nabuco,
Água Preta e Catende. Elas são as vozes e os ouvidos do público: analisam
os conteúdos veiculados, a linguagem. Além disso, discutem o formato de
cada edição e coletam sugestões em suas comunidades.
O Rádio Mulher conta, ainda, com o suporte técnico de uma jornalista
do Centro das Mulheres do Cabo, está inserido entre as linhas do programa
de direitos reprodutivos e direitos sexuais da ONG e é apoiado pela
Fundação Ford 21 e pela agência de cooperação européia Intermón.
Além de informar a população sobre os cuidados com a saúde, ele
convoca a audiência para o exercício do controle social das políticas
públicas. São recorrentes, na sua linha editorial, assuntos como participação
19 De acordo com uma pesquisa quantitativa realizada pelo instituto Promarketing,
em 2002, a Rádio Quilombo FM foi apontada mais ouvida por 49,92% dos (as)
entrevistados, seguida pela Cultura AM, com 31,3% da preferência. Na pergunta
aberta, o Rádio Mulher figura como o terceiro programa mais ouvido entre 8h e
22h. Mais de 55% dos (as) entrevistados (as) dos quatro municípios admitiram
ouvi-lo. O levantamento mostra, ainda, que 64,58% das mulheres ouvidas
afirmaram que uma informação divulgada pelo programa havia sido importante
para sua vida. Entre os homens, 38,52% reconheceram a importância das notícias
apresentadas pelo Rádio Mulher.
20 Desde janeiro de 2005, uma versão do Rádio Mulher, produzida por uma jovem
radialista e uma jornalista do Centro das Mulheres, está indo ao ar de segunda a
sexta, no Cabo de Santo Agostinho, das 8h às 9h da manhã, pela emissora
comunitária Calheta FM (105,9).
21 Fundação americana vinculada ao grupo de empresas Ford, que financia projetos
sociais de ONGs da América Latina.
13