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editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas

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pela sua viabilida<strong>de</strong> econômica, que viria a se consolidar com o Decreto nº<br />

21.111, <strong>de</strong> 1.° <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1932, que regulamenta a radiodifusão<br />

comercial no país e permite a veiculação <strong>de</strong> propagandas.<br />

As mulheres tiveram gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque como “cantoras do rádio”<br />

nesse período. As maiores expoentes foram Carmen Miranda, Silvinha<br />

Mello, Dalva <strong>de</strong> Oliveira, Araci <strong>de</strong> Almeida, Hebe Camargo, Emilinha Borba e<br />

as clássicas Bidu Saião e Cristina Maristany. A inserção <strong>de</strong>las limitava-se às<br />

novelas e aos musicais. O gran<strong>de</strong> sucesso das cantoras contrastava com a<br />

fraca presença das mulheres na operacionalização, na locução e em cargos<br />

<strong>de</strong> chefia das emissoras. A crescente utilização comercial do veículo nos<br />

anos seguintes, o repasse <strong>de</strong> concessões a grupos empresas e políticos<br />

aliados aos governos <strong>de</strong> plantão e os custos operacionais também<br />

restringiram a presença feminina na produção <strong>de</strong> programas até o fim dos<br />

anos 1970.<br />

Foi quando a Rádio Nacional <strong>de</strong> Brasília colocou no ar diariamente,<br />

das 9 às 12 horas, o programa Viva Maria, <strong>um</strong> dos primeiros a mobilizar as<br />

ouvintes contra a violência doméstica e para a <strong>de</strong>fesa da qualida<strong>de</strong> no<br />

atendimento à saú<strong>de</strong> sexual e reprodutiva das mulheres pelas unida<strong>de</strong>s<br />

públicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

O Viva Maria apostava na interação com o público, que comemorava<br />

o Dia Internacional da Mulher (8 <strong>de</strong> março) em transmissões realizadas da<br />

rodoviária ou da Praça do Povo, em Brasília. O programa saiu do ar em<br />

1991, em <strong>um</strong>a reforma na gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação da emissora. Sua<br />

extinção provocou protestos do movimento feminista, que encaminhou <strong>um</strong>a<br />

carta com cinco mil assinaturas à Presidência da República.<br />

O Viva Maria inaugurou o rádio-coragem em<br />

Brasília, embora em alguns momentos sua<br />

apresentadora (a jornalista Mara Régia) estivesse<br />

acuada e medrosa diante das ameaças <strong>de</strong> morte!<br />

[...] Estimuladas pela força do programa, elas (as<br />

mulheres) ganhavam as ruas, batendo panelas<br />

contra a violência que se abatia contra as<br />

mulheres da capital. Listas e mais listas <strong>de</strong><br />

assinaturas eram o endosso para os abaixoassinados<br />

à Secretaria <strong>de</strong> Segurança pedindo <strong>um</strong>a<br />

<strong>de</strong>legacia só para as mulheres (CEMINA, 1998,<br />

p.16).<br />

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