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editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas

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Parece que nesse ponto nega-se (ou, na melhor hipótese, subestimase)<br />

como já se assinalou qualquer papel <strong>de</strong> maior monta, no suposto novo<br />

modo <strong>de</strong> organização da economia, à classe operária e aos assalariados dos<br />

setores médios.<br />

Por via <strong>de</strong> conseqüência enten<strong>de</strong>-se que fica interditada a pertinência<br />

em se falar em trabalho subordinado, extração <strong>de</strong> mais–valia e em <strong>um</strong>a <strong>de</strong><br />

suas conseqüências mais importantes, o estranhamento, que po<strong>de</strong> ser<br />

caracterizado como aquela condição na qual o ser h<strong>um</strong>ano, visto como ser<br />

genérico torna-se alienado em relação aos resultados <strong>de</strong> sua própria<br />

ativida<strong>de</strong>. 33<br />

Como aponta com perspicácia <strong>um</strong> dos estudiosos do tema, <strong>um</strong> dos<br />

traços mais relevantes da ambiência cultural dos mo<strong>de</strong>los pós-mo<strong>de</strong>rnos<br />

(além da banalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas formulações), é <strong>um</strong>a concepção claramente<br />

i<strong>de</strong>alista do <strong>um</strong> mundo social, e on<strong>de</strong> fica claro que não se trata <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

i<strong>de</strong>alismo inocente na medida em que, ao creditar à razão a realida<strong>de</strong><br />

histórica existente, o que se <strong>de</strong>ixa oculto é a or<strong>de</strong>m do capital e sua<br />

dominação <strong>de</strong> classe. 34<br />

Tal visão, não obstante as boas intenções e a honestida<strong>de</strong> intelectual<br />

daqueles que, para fundamentarem a mudança <strong>de</strong> paradigma no mundo do<br />

trabalho, adotam as categorias do mo<strong>de</strong>lo pós-mo<strong>de</strong>rno, tem servido para<br />

legitimar a negação <strong>de</strong> qualquer racionalida<strong>de</strong> ou obrigação <strong>de</strong><br />

fundamentação do direito, o que - apesar do caráter parcial e limitado da<br />

forma jurídica, não faz a vida <strong>de</strong> ninguém melhor se for para não colocar<br />

<strong>um</strong>a nova forma <strong>de</strong> organização social em seu lugar.<br />

As ilusões do pensamento único, do mundo globalizado e unipolar<br />

foram <strong>de</strong>struídas pelas duras lições da história, que, ela mesma, tratou <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>smentir a idéia mistificadora dos apologistas <strong>de</strong>sses “novos velhos<br />

tempos” segundo o qual estava a se realizar o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> Marx e que a<br />

h<strong>um</strong>anida<strong>de</strong> chegara - finalmente! - ao seu estágio supremo.<br />

33 RANIERI, Jesus. A câmara escura: alienação e estranhamento em Marx. São Paulo: Boitempo, 2001,<br />

p. 7-11.<br />

34 NETTO, JOSÉ Paulo. Marxismo impenitente: contribuição à história das idéias marxistas. São Paulo:<br />

Cortez, 2004, p. 158.<br />

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