editorial protagonistas de um passado histÃ³rico recente: lutas

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um acompanhamento metódico - mesmo que temporário - dos meios, dando origem a análises, sobretudo, acadêmicas. Os dois observatórios estão diretamente ligados a universidades (Monitor de Mídia à Universidade do Itajaí e o Observatório Brasileiro de Mídia à Universidade de São Paulo). O rigor científico objetivado por esses observatórios inviabiliza a análise de alastrar-se por outras localidades. Já os agrupados como “observatórios think tank” (Observatório da Imprensa, Observatório do Direito à Comunicação), têm uma abrangência maior, assim como os “mistos” (agrupados nas duas categorias). Estes últimos, apesar de desenvolverem análises da mídia como os “observatórios fiscais”, examinam-na com alcance regional (Observatório da Mídia Regional) ou nacional (observatório da ANDI e SOS Imprensa). Nesses observatórios, porém, o monitoramento da mídia não é uma atividade científica com fim em si mesma; pelo contrário, representa um meio para se conseguir um objetivo maior, como o acesso à informação, no caso do Observatório do Direito à Comunicação. O Observatório da Mídia Regional, por exemplo, propõe uma análise sistemática dos meios de comunicação do Nordeste brasileiro. Suas experiências, contudo, ainda não ultrapassaram a capital pernambucana – Recife – onde fica sua sede. Em seu site, no link “Relatórios”, são expostos os “Relatórios em Andamento” que são dois: “Publicidade de bebidas alcoólicas nas rádios do Recife” e “Publicidade e Criança”, que diz respeito a publicidades locais que envolvem crianças. Por outro lado, o Observatório da Mídia Regional já desenvolveu parcerias com entidades não governamentais e organizações populares, desempenhando ações no Dia Mundial pela Justiça Global e organizando a IV Conferência de Mídia Cidadã. No caso da ANDI, o alcance latinoamericano de suas ações é possibilitado a partir de uma ampla rede de parceiros que se propaga por toda a América Latina. Já o SOS Imprensa, através de um recorte temático intrínseco à sua estruturação, acompanha casos nos quais a imprensa está envolvida com aspectos legais - o que limita o universo de análise, mas torna possível, por outro lado, uma maior abrangência territorial. De qualquer forma, uma linha muito tênue caracteriza essas e outras categorias propostas para os observatórios brasileiros. O que acaba prevalecendo são estruturas versáteis para atender aos diversos objetivos 43
propostos e, muitas vezes, a não consecução desses objetivos por parte da organização - seja pela origem recente, seja por falta de financiamento, ou pelas mesmas dificuldades enfrentadas pela maioria das organizações de luta social. E, dentre essas organizações, os observatórios de mídia brasileiros caracterizam-se por buscar, por meio dos mais diversos métodos, fomentar debates com e sobre os meios de comunicação. 5. Origem e Composição Dos setes observatórios considerados neste estudo, cinco possuem origem ligada à universidades de forma mais ou menos direta: Monitor de Mídia (2001) – Universidade do Itajaí, Observatório Brasileiro de Mídia (2003) – Universidade de São Paulo, Observatório da Mídia Regional (2007) – Universidade Federal de Pernambuco, Observatório de Imprensa (1996, em sua versão on-line) – Universidade Estadual de Campinas e SOS Imprensa (1996) – Universidade de Brasília. Já a ANDI, cuja observação da mídia faz parte de um conjunto numeroso de atividades desenvolvidas pela instituição, nasceu em 1992 e foi criada por jornalistas. Em 2000, originou a Rede ANDI Brasil, numa parceria entre organizações de comunicação de diversas regiões do país. O Observatório do Direito à Comunicação, por sua vez, entrou no ar em março de 2007 e é uma iniciativa do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social. A composição é uma variante que depende diretamente da origem do observatório. Em observatórios de mídia ligados a universidades, a equipe é formada por profissionais do meio acadêmico (professores e pesquisadores) e estudantes (bolsistas ou voluntários). Esse é o caso do Monitor de Mídia, do Observatório Brasileiro de Mídia, do Observatório da Mídia Regional e do SOS Imprensa. Quanto mais essas organizações fortalecem sua estrutura e englobam ações pragmáticas visando mudanças sociais, mais agregam outros profissionais como advogados, sociólogos e cientistas políticos. A ANDI, pela abrangência da rede que a compõe e pela gama de atividades que desempenha, além da observação e análise da mídia apresenta a estrutura hierárquica mais complexa do grupo considerado. Possui um conselho diretor formado por profissionais das mais diversas áreas: cientistas 44
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