15.10.2014 Views

editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas

editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas

editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

É essa novida<strong>de</strong> o que lhes confere, ao fim e ao cabo, <strong>um</strong> caráter<br />

claramente contra-hegemônico, e que nos aponta que a crítica teórica<br />

enquanto tarefa conceitual não po<strong>de</strong> se confundir com o reconhecimento <strong>de</strong><br />

fatos que ainda que não a legitimem po<strong>de</strong> servir para a construção <strong>de</strong><br />

novas explicações e novos mo<strong>de</strong>los.<br />

Por fim, é óbvio que tal diferenciação não po<strong>de</strong> obscurecer o fato <strong>de</strong><br />

que nem todos os que formulam no campo da teoria que reconhece ou a<br />

existência <strong>de</strong> <strong>um</strong>a forma <strong>de</strong> produção pós-mo<strong>de</strong>rna ou, o que consi<strong>de</strong>ro<br />

mais preciso, o reconhecimento <strong>de</strong> importantes, e dramáticas, alterações na<br />

organização do trabalho, respaldam - ao contrário, chocam-se <strong>de</strong> modo<br />

franco com os aspectos exclu<strong>de</strong>ntes - a tentativa neoliberal <strong>de</strong> justificar<br />

suas políticas com base na emergência <strong>de</strong> <strong>um</strong> tempo pós-mo<strong>de</strong>rno.<br />

São exatamente esses estudiosos que apontam para o importante<br />

fenômeno do trabalho imaterial, <strong>um</strong>a das questões chaves que a política e o<br />

direito têm que dar conta e que alguns estudiosos tentam suprir a partir do<br />

conceito <strong>de</strong> “mo<strong>de</strong>rnização avançada”, que nos parece mais operativo para<br />

pensar as <strong>recente</strong>s transformações do capitalismo e que nos permite não<br />

apenas se ir mais além à crítica a esse mundo da divisão do trabalho (e do<br />

trabalho alienado), cujo enfrentamento aponta não só novas formas <strong>de</strong><br />

sociabilida<strong>de</strong>, mas também para novas formas <strong>de</strong> organização dos<br />

excluídos 62 , visto que o que se chama socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação não po<strong>de</strong><br />

ser – ou pelo menos não <strong>de</strong>veria ser – encaminhado na direção <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

socieda<strong>de</strong> do controle total.<br />

Ao ver <strong>de</strong>ste artigo, esses (novos) problemas exigem novas<br />

perspectivas na compreensão do direito e na inserção dos que o fazem<br />

enquanto, simultaneamente, sujeitos históricos e morais, ou seja, enquanto<br />

pessoas cujos papeis sociais se <strong>de</strong>finem, ainda que disso não tenham plena<br />

consciência, por interesses <strong>de</strong> classe, mas que também - e,<br />

simultaneamente – fazem tais escolhas no interior <strong>de</strong>sses interesses.<br />

62 Para <strong>um</strong>a análise <strong>de</strong>sse novo contexto e da convergência teórica acerca das alterações do ethos n<strong>um</strong>a<br />

concepção pós-mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>, mas que não legitima – nem consi<strong>de</strong>ra fatal – <strong>um</strong>a “sociabilida<strong>de</strong><br />

capitalista, ver: ANDRADE, Everaldo Gaspar. Direito do trabalho e pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>: fundamentos<br />

para <strong>um</strong>a teoria geral. São Paulo: LTr, 2005, P. 284-304, on<strong>de</strong> se analisam os principais teóricos da<br />

problemática, alguns <strong>de</strong> origem marxista, a exemplo <strong>de</strong> André Gorz, Adam Schaff e Armand Mattelart.<br />

35

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!