editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas
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mas seguramente do ponto <strong>de</strong> vista do exercício <strong>de</strong> qualquer papel político<br />
relevante, da classe operária.<br />
Mas não se olvi<strong>de</strong> <strong>de</strong> que há estudos que se colocam n<strong>um</strong>a<br />
perspectiva emancipadora e buscam formular <strong>um</strong>a teoria crítica do direito,<br />
ainda que diagnosticando - corretamente - modificações no perfil e nas<br />
características não apenas do mundo do trabalho, mas na própria natureza<br />
mesma do trabalho e as formas como ele é exercido hoje (muitas vezes<br />
com <strong>um</strong>a extração mais intensa e selvagem da mais-valia) não sancionam<br />
eliminação teorética da cena política daqueles setores historicamente<br />
interessados n<strong>um</strong> projeto <strong>de</strong> emancipação.<br />
Estes estudos têm chamado a atenção para a emergência <strong>de</strong> novos<br />
<strong>protagonistas</strong> que se somam – e não como coadjuvantes – aos novos<br />
projetos <strong>de</strong> superação da alienação da forma como ela se apresenta<br />
contemporaneamente. 32<br />
O que é <strong>de</strong> se registrar, em relação às análises que não <strong>de</strong>marquem<br />
campo com visões conservadoras do processo, é se com a perda, em tal<br />
marco teórico pós-mo<strong>de</strong>rno, <strong>de</strong> qualquer função ativa relevante à classe<br />
operária, e se com as alterações ocorridas no chamado mundo do trabalho<br />
subordinado, também se suprimiria <strong>de</strong> <strong>um</strong> golpe <strong>de</strong> mão a questão da<br />
alienação do trabalho e o estranhamento que <strong>de</strong>riva do lugar dos<br />
trabalhadores no processo produtivo?<br />
Perry An<strong>de</strong>rson, ex-editor da New Left Review, <strong>um</strong> respeitado<br />
estudioso <strong>de</strong>sse problema, fala dos obstáculos teóricos enfrentados na obra<br />
supracitada <strong>de</strong> Jameson, outro dos principais teóricos do tema, para<br />
justificar a valida<strong>de</strong> epistemológica do conceito <strong>de</strong> pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> como<br />
estratégia cultural do capitalismo tardio, para ele, <strong>um</strong>a forma pós-mo<strong>de</strong>rna<br />
<strong>de</strong> falar <strong>de</strong> imperialismo.<br />
Nessa crítica evi<strong>de</strong>ncia-se o que ele mesmo chama <strong>de</strong> “lance lógico”,<br />
ou seja, que o vetor imediato da cultura pós-mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong>ve ser encontrado<br />
nas camadas <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> afluência <strong>recente</strong> criadas pelo crescimento<br />
dos setores <strong>de</strong> serviços e especulativo das socieda<strong>de</strong>s capitalistas<br />
<strong>de</strong>senvolvidas.<br />
32 É essa perspectiva comprometida que se evi<strong>de</strong>ncia no texto que nos serve <strong>de</strong> contraponto. Ver:<br />
ANDRADE, Everaldo Gaspar. Direito do trabalho e pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>: fundamentos para <strong>um</strong>a teoria<br />
geral. São Paulo: LTr, 2005, p. 23, on<strong>de</strong> chama atenção para o reafirmar do direito e da justiça como<br />
instr<strong>um</strong>entos <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> <strong>um</strong>a socieda<strong>de</strong> universal solidária.<br />
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