editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas

incorporar o conhecimento técnico aos processos sociais, a humanidade
adquiriu a “capacidade tecnológica de utilizar, como força produtiva direta,
aquilo que caracteriza a espécie como uma singularidade biológica: a
capacidade superior de processar símbolos.” (Manuel Castells, A Sociedade
em Rede, 1998). Enfim, o aproveitamento tecnológico acelerou o ciclo
produtivo, fazendo com que o que seria o resultado final de um processo
fosse inserido como etapa criativa de outro, e, além de otimizar a utilização
do conhecimento, potencializou a reflexividade característica da lógica social
moderna.
A especificidade desse fenômeno tecnológico reside no caráter
renovado que assume a informação, diante dos processos produtivos e,
conseqüentemente, comunicativos. Com a chamada revolução
informacional, a mensagem deixa de consistir apenas em um “objeto” da
tecnologia enquanto meio de transmissão. A partir de então, a própria
tecnologia torna-se mensagem, pois admite significado simbólico enquanto
utilidade. Além do fato de que os investimentos despendidos no
desenvolvimento de aparatos tecnológicos cada vez mais modernos
traduzem-se em um custo final que incorpora valor social, tem-se,
sobretudo, a evolução dos aparatos tecnológicos em prol da aceleração do
desenvolvimento socioeconômico, que se tornam símbolo e ferramenta da
transformação da estrutura social. O conceito de mensagem se expande do
conteúdo textual ao conteúdo referente ao ambiente de troca da
informação. Os mediadores “tecno-máquinas” da comunicação se
transformam em signos, porque implicam em redefinições do significado do
que é mediado. É exatamente por permitir a renovação do caráter da
mensagem que o meio tecnológico se incorpora a ela na condição de
símbolo do desenvolvimento do qual é resultado.
Sociedade, expressão corrente para o significado do conjunto dos
seres humanos organizados e estruturados por suas culturas, agrega
instituições, idéias e valores. Por sociedade subentendem-se relações de
caráter preponderantemente econômico e cultural, sedimentadas por
normas contratuais indeterminadas e impessoais, mas também orientadas a
partir de interesses individuais. Por meio das singularidades construídas
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