editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas
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Assim fica claro que a alienação do trabalho não apenas segue<br />
existindo como se encontra mais intensificada, permanecendo efetiva<br />
fundamentalmente no fato <strong>de</strong> que o produto do trabalho, isto é, a energia<br />
posta no objeto, é a objetivação da própria ativida<strong>de</strong> e tal apropriação<br />
manifesta-se na circunstância <strong>de</strong> que quanto mais produz o trabalhador<br />
menos possui e quanto mais realiza o objeto menos com ele se i<strong>de</strong>ntifica,<br />
ou seja, o próprio trabalho que realiza lhe aparece como potência estranha<br />
e que lhe domina, ao invés <strong>de</strong> ser dominado, que <strong>de</strong>le se serve ao invés <strong>de</strong><br />
a ele servir. 57<br />
Em s<strong>um</strong>a, sua relação com o objeto <strong>de</strong> trabalho é como com algo<br />
estranho, e não seu. E expressa que a <strong>um</strong> só tempo, a alienação e o<br />
estranhamento que caracterizam o trabalho subordinado na socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
classes e que, no essencial, não se modifica ainda que com novas formas <strong>de</strong><br />
organização do trabalho, típicas do capitalismo da segunda meta<strong>de</strong> do<br />
século XX em diante.<br />
O trabalho se objetiva, ass<strong>um</strong>e existência externa e contra o<br />
produtor, torna-se como <strong>um</strong> po<strong>de</strong>r autônomo contra o sujeito e a situação<br />
do trabalhador adquire, <strong>de</strong> forma sucinta e em linhas gerais, o seguinte<br />
perfil: a) quanto mais produz mais se consome; b) quanto mais valor cria<br />
menos valorizado é; c) quanto mais refinado o produto mais <strong>de</strong>sfigurado o<br />
produtor; d) quanto mais civilizado o produto mais bestificado o<br />
trabalhador. 58<br />
4. CONCLUSÃO: DIREITO E PÓS-MODERNIDADE ENQUANTO<br />
IDEOLOGIAS<br />
É óbvio que, em razão <strong>de</strong> não se ver mudanças <strong>de</strong> modo <strong>de</strong> produção<br />
nas novas formas com que o capitalismo se organizou para realizar a<br />
extração <strong>de</strong> mais-valia, a temática central que aqui se buscou evi<strong>de</strong>nciar foi<br />
exatamente a <strong>de</strong> que as ambivalências, falácias e contradições da pósmo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />
(ainda que <strong>um</strong>a das análises mais argutas do problema a<br />
<strong>de</strong>snudou a partir do <strong>de</strong>bate da própria idéia no âmbito da crítica <strong>de</strong> cultura<br />
57 MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004, p. 80-82.<br />
58 Procurou-se, ao pontuar os aspectos da alienação / estranhamento, con<strong>de</strong>nsar suas conseqüências, como<br />
apontadas no trecho “trabalho estranhado e proprieda<strong>de</strong> privada”, componente do Ca<strong>de</strong>rno I dos MEF.<br />
Ver em: MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004, p. 79-90.<br />
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